Angiogênese nas neoplasias intra-epiteliais escamosas do colo do útero de mulheres HIV soropositivos

Publication year: 2005
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Ginecologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Objetivo:

A angiogênese tem se mostrado como fator facilitador da disseminação e da progressão neoplásica associadas ao processo de imunossupressão. Este estudo teve como objetivo quantificar a angiogênese em lesões intra-epiteliais escamosas cervicais em pacientes HIV soropositivas, bem como estabelecer relação entre a densidade vascular e as variações do título de linfócitos CD4+ e da carga viral do vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Métodos:

Foram estudadas 125 pacientes, das quais 55 eram HIV soropositivas. Destas, 20 eram portadoras de lesão intra-epitelial de alto grau (LlAG), 20 de lesão intra-epitelial de baixo grau (LlBG) e 15 não possuíam lesão intra-epitelial.

As 70 pacientes soro negativas para o vírus HIV constituíram os seguintes subgrupos:

30 LlAG, 20 LlBG e 20 pacientes com colos normais (grupo controle). As pacientes foram submetidas a exames clínico e colposcópico e a biópsias pareadas do colo uterino. As amostras obtidas foram coradas com marcador imuno-histoquímico para antígeno CD34 e a contagem dos vasos foi realizada na área de maior densidade vascular, em 10 campos consecutivos, com aumento de 400X. As pacientes HIV soro positivas foram distribuídas quanto ao índice de células CD4+ em dois subgrupos: CD4 acima ou igual a 200cél/mm3 ou abaixo de 200cél/mm3, e em outros dois quanto à carga viral de HIV: menor do que 10.000 cópias RNA-HIV/ml de plasma ou maior do que 10.000 cópias RNA-HIV/ml de plasma.

Resultados:

As pacientes HIV soropositivas apresentaram maior densidade vascular média (DVM) do que o grupo controle, mesmo na ausência de lesão intra-epitelial cervical. Lesões de alto e de baixo grau associadas a soropositividade para o HIV revelaram DVM superior à encontrada em pacientes HIV soronegativas. Não houve variação significante na relação DVM e contagem de linfócitos CD4+, porém, observou-se tendência estatística (p=0,06) para maior vascularização nas portadoras de LlBG com títulos de CD4+ inferiores a 200cél/mm3. Não se detectou correlação entre a variação da DVM e a carga viral de RNA-HIV, exceto para o grupo de pacientes com LlAG em área de alteração colposcópica.

Conclusão:

A infecção pelo vírus HIV influencia a angiogênese nas lesões intra-epiteliais escamosas cervicais e de maneira mais significativa nas LlAG.

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