Entre o desejo e o medo de ver o filho adolescer: narrativas de pais de adolescentes com deficiência mental

Publication year: 2005
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Fernandes Figueira to obtain the academic title of Doutor. Leader: Deslandes, Suely Ferreira

A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano marcada por modificações físicas e psicossociais, na qual a sexualidade assume relevância.Nos adolescentes com deficiência mental o período é pouco valorizado socialmente.

Objetivo:

Analisar as perspectivas dos pais de pessoas com deficiência mental sobre o adolescer e sobre as expressões da sexualidade de seus filhos.

Metologia:

Análise de narrativas obtidas através de entrevistas com responsáveis por adolescentes com deficiência mental.Os sujeitos foram recrutados entre aqueles que tinham seus filhos atendidos no Instituto Fernandes Figueira.

Resultado:

As narrativas permitiram a identificação de atitudes e comportamentos que fazem parte do imaginário do adolescer, assim como de suas reações diante das manifestações sexuais dos filhos. A aquisição de habilidades e competências que se traduzam em uma maior autonomia foi considerada como fundamental para caracterizar a adolescência e reconhecer o direito ao exercício da sexualidade.Mas, nas narrativas, percebe-se a ambivalência e reconhecer o direito ao exercício da sexualidade. Mas, nas narrativas, percebe-se a ambivalência em relação à concessão de uma maior liberdade aos filhos. Os pais muitas vezes expressam o desejo de que tenham uma maior independência, mas ao mesmo tempo têm atitudes que não a favorece. Eles oscilam entre o desejo e o medo de ver o filho crescer.

Discussão:

A adolescência pode ser uma etapa particularmente difícil para os adolescentes com deficiência mental e suas famílias, talvez pelos intensos cuidados que se mantêm e a falta de referências de como se conduzir.Observam-se contradições em relação à sexualidade, sendo que ora os adolescentes são vistos como "anjos", ora como "feras". Acreditamos que um maior espaço de discussão para os pais e para os adolescentes, a implementação de atividades que contribuam para uma maior autonomia, assim como o respeito à equidade, possibilitaria uma vivência mais satisfatória desta etapa do desenvolv...

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