O aumento da incidência de HIV/AIDS entre mulheres culminou no processo de feminilização da doença com uma maior participação de mulheres em idade fértil e progressão da transmissão vertical do HIV. A terapia anti-retroviral (TARV) visa reduzir a chance de transmissão vertical do vírus, porém pode provocar efeitos adversos na gestante. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo em uma coorte de gestantes infectadas pelo HIV com objetivo de: analisar sinais e sintomas apresentados pelas gestantes em uso de TARV; traçar o perfil sócio-demográfico dessas gestantes e correlacionar os sinais e sintomas apresentados com os efeitos adversos dos anti-retrovirais utilizados. Foi realizado um levantamento do número de gestantes portadoras do HIV, atendidas no ano de 2004 em um serviço de referência no Estado do Rio de Janeiro. Na análise dos dados pôde-se observar que em relação à faixa etária 53% das gestantes têm entre 25-34 anos; a maioria de etnia negra (61,6%) e 71,7% tinham menos de 8 anos de estudo. Em relação à média de filhos/gestante, mulheres negras têm mais filhos (3,27) que brancas (2,54) e quanto menor a escolaridade, maior a média do número de filhos/gestante.

As patologias mais observadas foram:

Infecção do trato urinário em 23,3% das gestantes, seguido de Herpes Simples e Zoster. Os fármacos mais usados durante a gestação foram sulfato ferroso, cefalexina, anti-hipertensivo e dexclorfeniramina, justificando a incidência de anemia, ITU, HAS e reações cutâneas nas gestantes. Ao término da gestação foi observado que em 51,7% das gestantes foi realizado cesariana eletiva visando reduzir as chances de transmissão vertical do HIV. Sobretudo, não foi informado que tipo de parto realizaram 45% das gestantes. O desfecho da gestação não foi informado em 70% dos casos. O percentual de natimortos foi de 5% e ocorreram em gestantes que utilizavam rotineiramente Biovir associado à Nevirapina ou Nelfinavir. Conclui-se que embora o uso de drogas an...