Nos comparamos a eficácia de três preparações anti-sépticas a base de álcool gel comercializadas no Brasil com aquela do álcool etílico 70 por cento e do sabão líquido na remoção de amostras clínicas de Staphylococcus aureus resistente a oxacilina, Serratia marcescens e de Candida albicans das mãos artificialmente contaminadas de um grupo de seis voluntários. A hidrofobicidade da superfície celular dos microrganismos testes foi também investigada. Métodos.

Os produtos usados foram:

sabão líquido não medicamentoso, álcool etílico 70 por cento e três diferentes marcas de álcool gel: ?A? (Sanigel?), ?B? (Hand gel?) e ?C? (Soft Care Waterless?). Os experimentos foram feitos usando-se um quadrado latino com três blocos aleatorizados 6 x 5. A taxa de remoção dos microrganismos testes das pontas dos dedos foi determinada para cada agente degermante calculando-se o fator de redução logarítmica (FRL), i.e., o log10 da média da contagem inicial (pré-tratamento) menos o log10 da média da contagem final (pós-tratamento). A hidrofobicidade da superfície celular dos microrganismos testes foi determinada pelo método de adesão microbiana a hidrocarbonetos. Resultados. Os agentes degermantes reduziram de 98,1379 por cento (sabão líquido) a 99,9987 por cento (álcool etílico 70 por cento) a população microbiana de 105 a 107 de células aplicadas nas pontas dos dedos. Não houve diferenças significativas entre álcoois géis ?A? (FRL 4,22), ?B? (FRL 4,30) ou ?C? (FRL 4,27) com o álcool etílico 70 por cento (FRL 4,73) na remoção dos microrganismos testes das mãos (P ? 0,05). Em todos os blocos as preparações alcoólicas foram superiores ao sabão (FRL 2,00) (P ? 0,05).

Os índices de hidrofobicidade celular encontrados para os microrganismos testes foram:

S. aureus, 92,66 por cento; S. marcescens, 32,26 por cento; C. albicans, 21,67 por cento. Conclusões. Os resultados confirmam a eficácia dos álcoois géis testados em nosso estudo para a anti-sepsia das mãos e sugerem que o álcool etíli...