O presente trabalho tem por objetivo descrever a evolucao do campo privado de saude em Salvador nas decadas de 80 e 90, particularmente no que diz respeito a magnitude da rede de servicos, cobertura populacional e formatos organizacionais para o financiamento da assistencia.

Com essa finalidade foram analisadas series temporais de dados da pesquisa de assistencia medico sanitaria do IBGE e do DATASUS bem como dados de dois inqueritos:

um populacional e outro realizado em servicos de saude. Os resultados sao indicativos da hegemonia e crescente autonomia deste campo em Salvador. Identificou-se, durante a decada de 80, uma superioridade do numero total de estabelecimentos privados tanto para os servicos com internacao como para os sem internacao e ainda aqueles que mantinham convenio com a Assistencia Medica Supletiva. Na decada de 90, ocorreu uma expansao da ordem de 305,9 por cento no numero total de estabelecimentos privados com um incremento de 269,0 por cento entre aqueles conveniados com a assistencia medica supletiva, enquanto a rede publica de servicos expandiu-se em apenas de 32,6 por cento. Nos anos 90 observou-se tambem, por um lado, uma diminuicao da participacao dos prestadores privados no Sistema Unico de Saude-SUS atraves da reducao do numero de leitos credenciados 40,4 por cento e de internacoes 45,2 por cento, e por outro, que mais de 50 por cento das internacoes realizadas nos servicos privados, no ano de 1993 foram financiadas com recursos da assistencia medica supletiva e, em 1996, 41,2 por cento da populacao possuia vinculo com planos de saude privados. Sao discutidas as implicacoes do fortalecimento do campo privado de atencao a saude para a reorganizacao setorial e implantacao de politicas de saude mais equanimes