Esta dissertação enfoca a menopausa, a partir de uma abordagem sócio-antropológica. Uma pesquisa qualitativa com mulheres de 45-55 anos, pertencentes às camadas médias da cidade de Salvador é a base empírica deste estudo. Procedeu-se a um levantamento bibliográfico no campo da biomedicina, cuja interpretação informa, de modo fundamental, a apreensão da menopausa nas sociedades ocidentais. Estudos críticos à medicina, especialmente aqueles que enfocam o olhar médico sobre a menopausa, e algumas investigações etnográficas sobre o tema são brevemente resenhados. A menopausa é considerada como um evento síntese do processo de transformações corporais, associada ao curso do envelhecimento feminino, sobre o qual pesa um forte demarcador de gênero. A partir do cotejamento com a literatura antropológica consultada, assim como com dados de outros estudos sobre o tema é possível afirmar que, a despeito do intenso processo de mudanças relativas ao status feminino, permanece uma representação negativa acerca da menopausa. Sua ocorrência continua sendo interpretada como um sinal contundente do envelhecimento feminino, com diferentes implicações para os sujeitos nele envolvidos, sobretudo aquelas circunscritas às restrições de possibilidades de novos encontros afetivo-sexuais. Contudo, uma nova caracterização relativa às mulheres da faixa etária e camada social enfocada parece estar ocorrendo, propiciada pelo intenso processo de mudanças sociais, que impactaram mais positivamente, segundo as entrevistadas, sobretudo mulheres de sua geração