Leishmaniose visceral em pacientes infectados por HIV: estudo de casos observados em Campo Grande, MS, 2000-2006
Publication year: 2007
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Mestre. Leader: Paniago, Anamaria Mello Miranda
A expansão e a urbanização da leishmaniose visceral (LV) em Mato Grosso do Sul tornaram a doença um problema de saúde pública no Estado. Para conhecer o comportamento clínico e epidemiológico da LV em indivíduos infectados pelo HIV, foi estudada uma série de 23 casos atendidos em dois hospitais da capital, Campo Grande, região centro-oeste do Barsil, de janeiro de 2000 a dezembro de 2006. Foram incluidos os pacientes com resultado sorológico positivo para o HIV documentado no prontuário e cultura positiva para Leishmania sp. em aspirado de medula óssea. Oitenta e sete por cento dos pacientes eram do sexo masculino, com mediana de idade de 37 anos (variando de 21 a 56 anos). Todos os pacientes foram procedentes de Mato Grosso do Sul. 34,8 por cento dos pacientes apresentavam o uso de drogas ingetáveis como categoria de exposição para o HIV. A marioria dos pacientes apresentava imunodeficiência avançada, com 80 por cento dos pacientes com contagem de linfócitos T CD4(mais) inferior a 200 células/mm3 (mediana-44,5 células/mm3) durante o primeiro episódio de LV. Apesar deste fato, ambas as doenças foram diagnosticadas simultaneamente em 43 por cento dos pacientes. Todos os pacientes infectados pelo HIV com LV apresentaram febre e 78 por cento hepatoesplenomegalia. Os pacientes apresentaram graus variados de diminuição das células sanguíneas e de anormalidades bioquímicas. A pesquisa direta de Leishmania sp. em aspirado de medula óssea demonstrou alta positividade (87 por cento) nos pacientes estudados. Cinco pacientes foram tratados exclusivamente com antimoniato de meglumina, 5 pacientes exclusivamente com desoxicolato de Anfotericina B e 12 pacientes foram tratados com ambas as terapias, por reação adversa ou falha ao antimoniato de meglumina. Uma a duas recidivas por paciente foram observadas em 56,7 por cento dos casos. Somente 1 paciente foi a óbto em consequência da LV.