Triagem familiar ampliada para o gene da hemoglobina S
Publication year: 2006
Theses and dissertations in Portugués presented to the Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães to obtain the academic title of Doutor. Leader: Abath, Frederico Guilherme Coutinho
Objetivou-se determinar a prevalência de síndromes falciformes em familiares selecionados a partir de casos índice, com particular interesse em determinar o número de afetados adicionais detectados pelo modelo de triagem familiar ampliado. Utilizou-se um estudo de corte transversal de base populacional, realizado em familiares dos casos-índice identificados pela triagem neonatal no Recife, região metropolitana do Recife e em algumas cidades do interior do estado de Pernambuco. Foram estudados os membros familiares dos casos-índice recrutados a partir da listagem fornecida pelo Programa de Triagem Neonatal de Pernambuco alocados em núcleos definidos como: 1) núcleo reduzido (NR): constituído de pai, mãe e irmãos; 2) núcleo de primeiro grau (N1): constituído de avós, tios e primos de primeiro grau; 3) núcleo de segundo grau (N2): filhos dos primos de primeiro grau; 4) núcleo ampliado (NA): NR+N1+N2 e 5) núcleo ampliado de primeiro grau (NA1): NR+N1. Foram coletadas de agosto de 2004 a junho de 2005, informações e amostras de sangue periférico de 463 membros familiares pertencentes a 21 casos-índice. A mediana de idade foi de 22 anos onde 81,5 por cento desconheciam o que era anemia falciforme. Destes, 90,5 por cento eram do Recife e região metropolitana. O gene HBB*S esteve presente em 114 indivíduos. A freqüência deste gene foi maior no NR (69 por cento), mas também elevada no N1 (22,8 por cento). De fato, o NA1 resultou na detecção de 69 portadores adicionais (cerca de 172 por cento de casos adicionais). Também ocorreu um incremento de 73 por cento na média comparando o NR com o N1. Esses resultados indicam que um número relevante de indivíduos portadores do gene HBB*S seria detectado com a ampliação do NR através da inclusão do N1. Observou-se que 53,3 por cento da população estudada, estava na faixa considerada reprodutiva e 80 por cento das pessoas que carregavam o gene HBB*S já tinham gerado filhos.