Trata-se de uma revisão sistemática de literatura sobre o cuidado de enfermagem em saúde mental/psiquiátrica às pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHIV/Aids), do período compreendido entre 1997 e 2007. Tem por objetivo realizar levantamento de dados publicados sobre o cuidado de enfermagem psiquiátrica às pessoas vivendo com HIV/Aids, produzidos no período proposto e promover a discussão da importância da implantação e da implementação, em número cada vez maior, da atenção sistematizada de enfermagem em saúde mental às pessoas vivendo com HIV/Aids. Para o levantamento das informações necessárias à análise foram feitas pesquisas em sítios especializados da internet e periódicos com publicações relacionadas com o tema do trabalho. Com o desenvolvimento da leitura e fichamento do matrial selecionado, foram definidos temas que se constituíram em tópicos norteadores do desenvolvimento do trabalho. Procurou-se uma disposição das informações de maneira que pudesse ter um caráter de utilização prática para o cuidado de enfermagem. O estudo demonstrou que desde o início da epidemia de HIV/Aids o preconceito, o estigma e a discriminação vêm acompanhando as pessoas soropositivas ainda que na atualidade, devido à constante e enfática atuação da sociedade organizada, isso tenha diminuído. Do conceito de grupo de risco, que identificava os homossexuais como responsáveis pela disseminação da infecção, numa perspectiva moralista e segregadora, evoluiu-se para o cenceito atual de vulnerabilidade, mais democrático e inclusivo, privilegiando o aspecto da participação consciente das pessoas na prevenção e no tratamento e, institucionalmente, orientando políticas específicas. No aspecto psicopatológico vários estudos indicam a depressão como o transtorno mental mais prevalente nas pessoas vivendo com HIV/Aids. Nos estágios mais evoluídos da doença verifica-se a presença do quadro conhecido como demência associada à Aids. Os outros transtornos do humor, psicose e suicídio também são relatados em vários estudos. No aspecto psicossocial, verificou-se que o acolhimento e a participação da família e/ou cuidador são muito importantes para um melhor prognóstico do tratamento, favorecendo um aspecto fundamental que é o da adesão à terapia antiretroviral, tendo em vista os efeitos adversos desses medicamentos. Na atuação do enfermeiro, como meio da implementação do cuidado, destaca-se o processo de enfermagem, hoje predominantemente operacionalizado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem, preconizada por órgãos de classe como os Conselhos Federal e Regional de Enfermagem. A dimensão do cuidado humanizado, centrado na pessoas e não predominantemente na doença, é enfatizado e recomendado em vários estudos publicados.