Avaliação da progressão da fibrose hepática de pacientes co-infectados pelo HIV/HCV em serviços de atendimento a pacientes com HIV/AIDS
Evaluation of the progression of liver fibrosis of coinfected patients for the HIV/HCV in attendance services of patients with HIV/AIDS

Publication year: 2008
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader: Barone, Antonio Alci

INTRODUÇÃO:

Embora haja cada vez mais provas de que a co-infecção pelo HCV piora a evolução da hepatotoxicidade relacionada ao HIV, as influências dos diferentes fatores associados a este permanecem mal compreendidas. Este estudo está destinado a avaliar os dados epidemiológicos, laboratoriais e HAART e sua associação com a evolução da taxa de progressão da fibrose (FPR), em doentes co-infectados acompanhados em centros de referência para o tratamento de HIV/VHC na cidade de São Paulo, Brasil.

MÉTODOS:

938 prontuários de patientes coinfectados foram revisados para este estudo e 102 preencheram os critérios de inclusão. Um estudo transversal, avaliando os aspectos sócioepidemiológicos, laboratoriais e biópsia hepática foi realizado e correlacionado o grau de fibrose hepática e a FPR encontrada.

RESULTADOS:

A população foi caracterizada por indivíduos homens (83,3%), de meia-idade (42,9 anos), brancos (53,9%), com o principal fator de risco de aquisição de ambas as infecções foi através da utilização de drogas ilícitas (72,5%), principalmente intravenosa e presença de consumo de álcool (75,5%), com predominância do genótipo 1 de HCV (56,9%) e tempo médio de uso de antirretrovirals de 7,9 anos (DP = 3,6 a). A avaliação histológica não mostrou qualquer relação entre maior grau de fibrose na biópsia hepática relacionados com a exposição da antirretrovirals ou mesmo na FPR. Abuso de drogas ilícitas, incluindo cocaína inalada e intravenosa relacionam-se com taxas mais elevadas fibrose hepática e FPR.

CONCLUSÃO:

Os resultados enfatizam a necessidade de incentivar a retirada do consumo de drogas ilícitas da população de pacientes coinfectados HIV/VHC em uso de qualquer regime antirretroviral. O nosso estudo não encontrou nenhuma relação entre a utilização de regimes baseados em IP ou NNRTI e um pior prognóstico da fibrose hepática ou FPR na população avaliada.

BACKGROUND:

Although there's growing evidence that the co-infection with HCV worsens the evolution of the HIV-related hepatotoxicity, the influence of the different factors associated to this remains poorly understood.This study intended to evaluate the epidemiological, laboratorial and HAART associated to the evolution of the fibrose progression rate (FPR) in co-infected patients followed in reference centers for the treatment of HIV/HCV in the city of São Paulo, Brazil.

METHODS:

938 medical charts of co-infected patientes were reviewed for this study.and 102 fullfilled the inclusion and exclusion criteria to participate. A cross-sectional study evaluating socio-epidemiological aspects, laboratorial assesment and liver biopsy was performed and correlated with the fibrosis rate and the fibrosis progression rate (FPR).

RESULTS:

The population was characterized by male (83,3%), middle-age (42,9 years), white (53,9%) individuals, with a main risk factor of adquisition of both the infections trough illicit drugs-use (72,5%), mainly intravenous and alcohol consumption (75,5%), with predominance of HCV genotype 1 (56,9%) with a medium time of use of antiretrovirals of 7,9 years (SD=3,6 y). Histologic evaluation showed no relation between higher fibrosis degree in the liver biopsy related to the exposure of the antiretrovirals or even in the fibrosis progression rate (FPR). Illicit drugs abuse, including inaled and intravenous cocaine , were related to higher liver fibrosis rates and FPR.

CONCLUSION:

Our results emphasize the necessity of encourage the withdraw of ilicit drugs consumption in the HIV/HCV co-infected population in use of any antiretroviral regimen. Our study does no find any relation between the use of IP or NNRTI-based regimens and the poor prognosis of the liver fibrosis in this population.

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