Estudos sobre aspectos virais e genéticos relacionados à integrase e ao processo de integração do HIV-1
Publication year: 2012
Theses and dissertations in Inglés presented to the Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader: Morgado, Mariza Gonçalves
A integrase (IN) é uma enzima chave para o ciclo de replicação do HIV, sendo responsável por catalisar a integração do genoma do HIV no cromossomo hospedeiro. Devido ao papel essencial desta enzima para a patogênese da infecção pelo HIV, a recente introdução dos inibidores de IN (INI) na prática clínica e em vista da escassez de informação sobre a diversidade genética da IN do HIV no Brasil, o presente estudo tem como objetivos a) investigar a diversidade genética da IN e os níveis de resistência primária nos subtipos B, C e F do HIV que são prevalentes no Brasil; b) acompanhar pacientes sob terapia antirretroviral em esquemas contendo raltegravir (RAL) a fim de monitorar a emergência de mutações de resistência aos INI; c) desenvolver um método de genotipagem da IN do HIV para ser usado na pratica clínica no Brasil; e d) investigar o envolvimento do processo de integração no controle da replicação do HIV. Não foram detectadas mutações principais associadas aos INI entre os indivíduos virgens de tratamento infectados com diferentes subtipos de HIV-1. O nível de mutações acessórias observadas foi bem baixo, e algumas posições foram polimórficas nas amostras brasileiras dos subtipos B, C e F. Esses resultados encorajam o uso de INI no Brasil. Analisando as coortes de pacientes que trocaram a enfuvirtida por RAL ou sob terapia de resgate com RAL, nós observamos um aumento nas contagens de células T CD4+ e uma rápida diminuição da carga viral no grupo sob terapia de resgate. Três pacientes não atingiram supressão virológica e as mutações Q148H+G140S foram detectadas em dois deles. A fim de monitorar o crescente número de pacientes sob terapia com RAL no Brasil, nós desenvolvemos um método de genotipagem in-house que está atualmente em teste pela rede de Genotipagem do Ministério da Saúde do Brasil para futura incorporação no monitoramento de pacientes falhando INI. Sobre o papel da IN no controle da infecção pelo HIV, não observamos mutações nos resíduos importantes para a atividade catalítica nas sequências de IN obtidas de pacientes controladores da infecção pelo HIV, nem acúmulo de DNA 2-LTR, sugerindo que não há um mecanismo bloqueando a integração nestes pacientes. Juntos, os resultados apresentados trazem informações importantes sobre a diversidade genética da IN, resistência aos INI e sobre o papel da IN na patogênese da infecção pelo HIV.