Evolução clínica dos casos de esporotricose felina diagnosticados no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC)/Fiocruz no período de 1998 a 2005

Publication year: 2011
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas to obtain the academic title of Doutor. Leader: Barros, Mônica Bastos de Lima

O presente estudo descreve a evolução clínica dos gatos com esporotricose diagnosticados no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos (Lapclin-Dermzoo) do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC)/Fiocruz, no período de 1998 a 2005. Foram revisados 1822 prontuários médicos. Novecentos gatos abandonaram o acompanhamento após o diagnóstico ou durante o tratamento. Quatrocentos e vinte e nove evoluíram para o óbito. Do total da casuística foi possível o contato telefônico com 328 (18 porcento) proprietários. Compareceram para reavaliação 73 (22,4 porcento;n=328) animais. Em dez (28,5 porcento) gatos foi isolado S. schenckii através de swab de lesão, em sete (20 porcento) swab da cavidade nasal, dois (5,7 porcento) através de swab nasal, oral e de lesão, em dois (5,7 porcento) por meio de biópsia e em 14 (40 porcento) o diagnóstico foi clínico. Trinta e cinco (47,9 porcento) gatos apresentaram ao menos uma lesão ao exame clínico. A reativação das lesões foi mais freqüente em gatos com sinais e sintomas respiratórios no momento do diagnóstico de esporotricose. Três casos reavaliados apresentaram reativação das lesões de 6 a 7 anos após a cura inicial. Do total de gatos que tiveram o tratamento abandonado, foi possível o contato com os proprietários de 147 (20,9 porcento). Foi observado que o abandono ocorreu principalmente no momento da melhora clínica, motivado pela percepção equivocada de cura por parte do proprietário. A conclusão deste estudo permitiu conhecer o alto percentual de abandono e óbitos na esporotricose felina, dificultando o seguimento dos casos por longo prazo e enfatizando a importância de investimentos em tratamento e na adesão. Também foi verificada a reativação de lesões em animais considerados curados até um longo período após a alta clínica, sugerindo a possibilidade do fungo se manter latente em cicatrizes e alertando para a necessidade do investimento em protocolos pós-tratamento
The present study describes the clinical evolution of cats with sporotrichosis seen at the Laboratory of Clinical Research on Dermatozoonosis in Domestic Animals (Lapclin-Dermzoo) of the Evandro Chagas Clinical Research Institute (IPEC)/Fiocruz in the period of 1998 and 2005. One thousand eight hundred and twenty-two medical records were reviewed. Nineteen cats abandoned the follow-up after diagnosis orduring the treatment. Four hundred and twenty-nine died. Of the total sample, the telephone contact was possible with 328 (18 percent) owners. Seventy – three(22.4 percent;n=328) animals were re-evaluated, of which 35 (47,9 percent) with signs and symptoms of sporotrichosis. In ten (28,5 percent) cats, S. schenckii was isolated in culturefrom lesion swab, in seven (20 percent) from nasal swab, in two (5,7 percent) from lesion andnasal swabs, in two (5.7 percent) through biopsy and in fourteen (40 percent) the diagnosis was clinical. The reactivation of the lesions was more common in cats with respiratory signs and symptoms at the moment of the diagnosis of sporotrichosis. Reactivation of the lesions was observed 6 to 7 years after the initial cure in three re-evaluated cases. Of the total number of cats that had abandoned the treatment, it was possible to consult the owners of 147 (20.9 percent). It was observed that the abandonment occurred mainly at the time of clinical improvement, motivated by the wrong perception of cure by the owner. The conclusion of this study allowed to identify a high rate of abandonment and deaths in feline sporotrichosis, making difficult the follow-up at long-term and emphasizing the importance of investments in treatment and adherence. It was also verified the reactivation of lesions in animals considered cured until a long time after clinical discharge, suggesting the possibility of the fungus remain latent in scars and pointing to the need of investment in post-treatment protocols.

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