Conhecimento, atitudes e práticas contraceptivas na adolescência: um ensaio clínico randomizado
Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Enfermagem. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem to obtain the academic title of Doutor. Leader: Lopes, Maria Helena Baena de Moraes
A educação sexual contribui para a promoção da saúde, para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e para evitar gravidezes indesejadas, além de promover a equidade entre gêneros e o empoderamento dos adolescentes.
Objetivo:
avaliar duas intervenções educativas junto a adolescentes, uma baseada na metodologia da problematização (GP) e outra que tem por base a pedagogia da transmissão (GT), no intuito de identificar o efeito que produzem no conhecimento, atitude e práticas (CAP) de adolescentes, em relação à pílula anticoncepcional e ao preservativo masculino. Além disso, realizar uma revisão integrativa sobre os estudos do tipo CAP relacionados à contracepção na adolescência; apresentar os resultados da avaliação das duas intervenções, identificando as diferenças entre elas e conhecer a opinião dos estudantes que participaram das intervenções educativas.Métodos:
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura sobre os estudos do tipo inquérito CAP relacionados à contracepção na adolescência. Por meio de um estudo controlado e randomizado entre adolescentes, foram utilizadas duas diferentes estratégias educativas.O CAP foi verificado através de um questionário aplicado em três tempos distintos:
antes das intervenções educativas, um mês e três meses após as mesmas. Uma terceira etapa da pesquisa foi realizada a partir de uma abordagem qualitativa, usando a técnica de entrevista semidirigida de questões abertas.Resultados:
na revisão integrativa observou-se que, em países diferentes, os adolescentes têm em comum o fato de apresentarem atitudes positivas no que diz respeito à contracepção e prevenção de IST, porém, conhecimento deficiente e práticas que ainda necessitam ser alteradas para que exista uma contracepção e proteção adequadas. Na avaliação do CAP, quanto ao conhecimento, os grupos apresentaram resultados semelhantes, entretanto, o GP apresentou diferenças ao se comparar a Etapa 2 com a Etapa 3, avaliação três meses após as intervenções educativas. Quando se verificaram as atitudes e práticas, o GT apresentou melhores resultados. Através das entrevistas com os adolescentes, verificou-se que eles apresentaram percepções positivas sobre as intervenções educativas realizadas e, após as mesmas, houve mudanças nos três domínios estudados.Discussão:
Existe um grande número de pesquisas que enfatizam a contracepção na adolescência, porém são poucas as que avaliam o conhecimento, a atitude e a prática de maneira integrada, dificultando assim que conheçamos a dimensão dessa temática. A maior compreensão acerca dos comportamentos de risco é importante para o desenvolvimento de estratégias adequadas e que realmente atinjam os adolescentes. Além disso, disponibilizar conhecimentos e serviços de saúde sexual e reprodutiva para meninos e meninas adolescentes, o mais precocemente possível, poderá trazer mudanças no conhecimento, atitude e prática de futuras gerações.Conclusão:
As duas metodologias de ensino, as estratégias e recursos utilizados foram avaliados positivamente pelos alunos, que valorizaram práticas de ensino que os consideravam protagonistas do processo educativo. São válidas e úteis para o ensino, além de promover alterações no CAP de contraceptivos na adolescência. Entretanto, o grupo participante da metodologia da problematização apresentou mais reflexão desta temática e manutenção do conhecimento durante o período de tempo estudado. (AU)
Sex education contributes to promotion of health, prevention of sexually transmitted infections (STI) and to prevent unwanted pregnancies, as well as to promote gender equity and empowerment of adolescents.