Perfil dos profissionais de enfermagem de terapia intensiva de acordo com seu turno de trabalho, sono, cronotipo e qualidade de vida
Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Enfermagem. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: De Martino, Milva Maria Figueiredo
Atualmente, vê-se grande influência da atividade profissional no cotidiano dos indivíduos, o que impacta em seu comportamento socio-familiar, fisiológico e em sua qualidade de vida. A Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva, como campo profissional, liga-se diretamente ao âmbito produtivo do trabalho. Considerando a assistência ininterrupta a pacientes graves, essa área profissional tem suas jornadas laborais organizadas em diferentes turnos. Porém, essa forma de divisão do trabalho pode alterar significativamente os ritmos biológicos e o padrão circadiano, sobretudo do ciclo vigília-sono, impactando na saúde e na qualidade de vida desses profissionais. Nesse contexto, esta pesquisa descritiva, transversal, de caráter quantitativo, buscou descrever o perfil dos profissionais de enfermagem de terapia intensiva, de acordo com seu turno de trabalho, cronotipo e sono, relacionando essas características aos escores de qualidade de vida, através de três instrumentos de coleta de dados: questionário de dados individuais, que incluiu aspectos sociodemográficos, do turno e trabalho, sono e saúde; Questionário de Matutinidade-Vespertinidade de Horne e Östberg, para classificação da preferência cronotípica; e o instrumento de avaliação de qualidade de vida WHOQOL-Bref. Responderam aos questionários 224 profissionais de enfermagem, auxiliares, técnicos e enfermeiros, de seis unidades de terapia intensiva, nas cidades de Sorocaba, Votorantim, Salto e Campinas. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e testes de comparação e associação, adotando-se o nível de significância p>0,05. Houve predomínio de sujeitos do sexo feminino, casados, com mais de dez anos de profissão, com, pelo menos, cinco anos de experiência em UTI e com único emprego. Quanto ao cronotipo, prevaleceram os indivíduos indiferentes (58,93%) e apenas 7,58% dos sujeitos estavam em turnos discordantes de sua preferência cronotípica. Na avaliação geral sobre a qualidade de vida, o domínio físico apresentou média de 69,53 (dp=14,56) enquanto o meio ambiente, média de 56,82 (dp=13,86). Na comparação entre os turnos, os trabalhadores da manhã apresentaram menores médias no domínio social e em facetas dos domínios físico e psicológico, em relação aos outros sujeitos. Na comparação entre as categorias, os enfermeiros apresentaram melhor qualidade de vida geral, médias superiores no domínio meio ambiente e psicológico em relação às outras categorias de enfermagem. Algumas variáveis cofundidoras foram comparadas em relação aos domínios e facetas do WHOQOL-Bref. A prática de atividade física influenciou positivamente todos os itens, exceto a satisfação com a saúde; os sujeitos que tinham menor tempo médio de sono diário apresentaram menores escores para todos os itens, exceto para o domínio meio ambiente; trabalhar em mais de um emprego reduziu a percepção de satisfação com o sono, qualidade de vida geral e o domínio social; os problemas de saúde e o uso de substâncias estimulantes influenciaram negativamente os resultados da percepção de qualidade de vida geral, satisfação com a saúde e o sono. Conclui-se que os hábitos da vida diária, condições de saúde, o tempo médio de sono e o duplo vínculo empregatício influenciam diretamente a percepção de qualidade de vida dos trabalhadores de UTI-Adulto, contudo, esta não foi influenciada naqueles indivíduos em turno de trabalho discordante de sua preferência circadiana. (AU)
Nowadays, there is a great influence of the professional activity in daily life, which impacts on their social, family and physiological behavior, and in their quality of life. Nursing in Intensive Care Unit, as a professional field, is connected directly to the productive work environment. Considering the continuous care of the critically ill patients, this area has its working days organized in different work shifts. This form of division of labor can significantly alter the biological rhythms and the circadian pattern, especially the sleep-wake cycle impacting on health and quality of life of these professionals. In this context, this descriptive, cross-sectional and quantitative research, sought to describe the profile of intensive care nursing professionals, according to their work shift, chronotype and sleep, relating these characteristics to quality of life scores, through three data collection instruments as follows: questionnaire of individual data , which included sociodemographic characteristics, and the shift work, sleep and health; Morningness-Eveningness Questionnaire of Horne and Östberg, to classification of chronobiological preference; and the assessment instrument of quality of life WHOQOL-Bref. Replied to these questionnaires, 224 professionals of nursing, auxiliary, technicians and nurses, in six Intensive Care Units in the cities of Sorocaba, Votorantim, Salto and Campinas, in São Paulo State. Data were analyzed using descriptive statistics and comparison and association tests, adopting the significance level of p>0.05. There were female subjects prevalence, married , with over ten years of professional experience, with at least five years of experience in ICU and working in only one job. In assessing the chronotype prevail individuals of indifferent type (58.93%) and only 7.58% of the subjects were in discordant shifts of their chronobiological preference. In the general assessment of the quality of life, the physical domain averaged 69.53 (SD = 14.56) while domain environment, mean 56.82 (SD = 13.86). Comparing the shifts, the morning workers had lower averages in the social domain and in aspects of physical and psychological domains, in relation to the other subjects. Comparing the different categories, the nurses showed better overall quality of life, higher averages in the environment domain and facets of psychological and environmental fields, in relation to other categories of nursing Some confused variables were compared in relation to domains of WHOQOLBref facets. The physical activity positively influenced all items except the satisfaction with health; the subjects who had lower average daily sleep time had lower scores for all items except for the environmental domain; work in more than one job reduced the perception of satisfaction with sleep, general quality of life and the social field; health problems, average sleep time and the use of stimulants negatively affected the results of the perception of overall quality of life, satisfaction with health and sleep. It follows that the habits of daily life, health and the double employment directly influence the perception of quality of life of the adult workers of the Intensive Care Unit, but it was not affected in individuals in discordant shift their circadian preference.(AU)