Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia to obtain the academic title of Mestre. Leader: Surita, Fernanda Garanhani de Castro
Objetivos:
Avaliar o perfil nutricional no início do pré-natal e a associação entre anemia e resultados perinatais em gestantes adolescentes. Métodos:
Esta dissertação aborda resultados de dois projetos de pesquisa distintos. Projeto 1:
Corte transversal. Foram coletados dados sócios-demográficos, hábitos, comorbidades, hemoglobina sérica, tratamento para anemia, intercorrências da gestação, via de parto, e dados do recém-nascido de gestantes adolescente que tiveram pré-natal e parto no CAISM. A amostra foi dividida em:
gestantes adolescentes sem anemia, com anemia tratada e com anemia sem tratamento. Frequências, médias, desvios-padrão e teste de Qui-quadrado foram calculados. Projeto 2:
Corte transversal prospectivo. Foram coletados dados sociais demográficos, reprodutivos, dietéticos e antropométricos, de primigestas adolescentes, antes da 20a semana de gestação, através de questionário padronizado, Recordatório de 24 horas, Índice de Massa Corpórea (IMC) e percentagem de gordura corporal (%GC) por dobras cutâneas (DC) e análise da composição corporal por impedância bioelétrica (BIA). Utilizou-se teste de Qui-quadrado e teste exato de Fisher para as variáveis contínuas e teste de Correlação de Spearman para análise das variáveis dietéticas segundo variáveis antropométricas. Resultados:
No primeiro estudo foram analisadas 458 gestantes, com prevalência de anemia de 41.27%, sendo 27.07% anemia leve, 13.97% anemia moderada e 0.22% anemia severa, destas 87.24% receberam tratamento. A idade média foi 16 anos, 81.03% primigestas. Os subgrupos de análise apresentaram características sociais demográficas, obstétricas e hábitos similares. Síndromes hipertensivas (5.75%), infecções do trato urinário (4.2%) e diabete (2.88%) ocorreram sem diferença entre os grupos. O HIV+ foi mais prevalente entre adolescentes com anemia não tratada (p=0.018). Trabalho de parto prematuro, Capurro<37 e óbito fetal apresentaram associação com anemia não tratada (p=0.003, p=0.036 e p=0.004 respectivamente). Taxa de cesariana de 36.9%, as principais indicações e médias de peso dos recém-nascidos foram similares entre os grupos. No segundo estudo foram incluídas 87 adolescentes com idade média de 15(±1.4) anos. IMC pré-gestacional médio de 22.9Kg/m² (±4.2) sendo, 13.8% baixo peso, 59.8% eutrófica, 18.4% sobrepeso e 8% obesa, e na primeira consulta de pré-natal IMC médio de 22.9 (±4.2), 4.6% baixo peso, 63.2% eutrófica, 20.7% sobrepeso e 11.5% obesas. A variação média de peso foi 1.7Kg(±4,4). A %GC média por DC e BIA foi 31.9% (±4.4) e 28.7% (±4.6), respectivamente, com forte correlação entre os dois métodos (r=0.77372). O consumo energético médio foi 116.8% (±67.2) da recomendação diária média (1805.5Kcal/dia; ±67.2). Consumo de carboidrato foi adequado em 24.1% das gestantes, lipídio em 34.5% e proteína em 72.4%. Cálcio foi consumido inadequadamente em 94.3% e zinco 62.1%, e ferro e ácido fólico ambos em 98.9% das gestantes. O consumo de proteína e zinco tiveram correlação negativa com a %GC por ambos os métodos (r=-0.3096 e r=-0.2363, respectivamente). Conclusões:
As adolescentes apresentaram alta prevalência de anemia, que se não tratada aumentou a ocorrência de parto prematuro e óbito fetal. Adolescentes também apresentam IMC médio eutrófico, elevado %GC, baixa ingestão de micronutrientes cálcio, ferro e ácido fólico. A medida das dobras cutâneas e da BIA apresentaram boa correlação na avaliação da %GC. A adesão ao tratamento através de uma assistência de pré-natal multidisciplinar às gestantes adolescentes pode ser a chave para a redução de desfechos neonatais negativos associados a nutrição. (AU)
Objective:
Evaluate the nutritional status in early pregnancy and the association between anemia and perinatal outcomes in pregnant adolescents. Methods:
This master dissertation addresses results of two different research projects. Project 1:
A cross-sectional study. Sociodemographic data, habits, comorbidities, serum hemoglobin, treatment for anemia, pregnancy complications, mode of delivery, and neonatal outcomes were collected. The sample was divided in three groups:
pregnant adolescents without anemia, with treated anemia and with untreated anemia. Frequencies, means, standard deviations and Chi square test were calculated. Project 2:
A prospective cross-sectional study. Sociodemographic, reproduction, dietetics and anthropometric data were collected from primiparous adolescents, before the 20th week of pregnancy, by standardized questionnaire, 24 hours recall, body mass index (BMI) and body fat percentage (%BF) by subcutaneous adiposity (SA) and body composition by bioelectrical impedance analysis (BIA). For continues variables Qui-square test and Fisher test were used and Spearman's Rank-Order Correlation test for dietetics variables analyses according to anthropometric variable. Results:
In the first study were included 458 pregnant adolescents, with prevalence anemia of 41.27%. Mild, moderate or severe anemia was presented in 65.60%, 33.86% and 0.52%, respectively. The mean age was 16 years, 81.03% primiparous. Among pregnant adolescents with anemia, 87.24% received treatment with iron supplementation. The three groups show similar demographic social characteristics, obstetric and habits. Hypertensive syndromes (5.75%), urinary tract infection (4.2%) and diabetics (2.88%), were the most frequency maternal comorbidity, with no difference among the groups. Positive HIV was more prevalent in adolescents with non-treated anemia (p=0.018). Preterm labor (p=0.003), gestational birth age at <37 weeks (p=0.036) and stillbirth (p=0.004) shown association with non-treated anemia. The caesarean rate was 36.90%, and its main indications and mean weight of newborn were similar between groups. In the second study were included 87 adolescents with an average age of 15(±1.4) years. The pre-gestational BMI mean was of 22.9Kg/m² (±4.2), while other values were 13.8% low weight, 59.8% eutrophic, 18.4% overweight and 8% obese. At the first prenatal visit the values were 22.9(±4.2), 4.6% low weight, 63.2% eutrophic, 20.7% over eight and 11.5% obese. The mean weight variation was 1.7Kg (±4,4). The mean of %BF by SA and BIA were 31.9% (±4.4) and 28.7% (±4.6), respectively, with strong correlation in both methods (r=0.77372). The average energy consumption was 116.8% (±67.2) of the average daily recommendation (1805.5Kcal/dia; ±67.2). Carbohydrate was suitable in 24.1% of adolescents, lipid 34.5% and protein 72.4%. Calcium was inappropriately consumed in 94.3%, zinc in 62.1% and iron and folic acid, both in 98.9% of adolescents. Protein and zinc consumption had negative correlation with the %BF, by both methods (r=-0.3096 e r=-0.2363). Conclusion:
High prevalence of anemia, which if left untreated increase the prevalence of preterm birth and stillbirth. The pregnant adolescents presented a eutrophic BMI, with high %BF, low consumption of calcium, iron and folic acid. The measure SA and BIA showed good correlation in the evaluation of %BF. Adherence to treatment by a multidisciplinary prenatal care for pregnant adolescents may be the key to reducing adverse neonatal outcomes associated with food.(AU)