A reconfiguração do cuidado de enfermagem materno infantil: o caso do hospital das clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo (1968-1984)

Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Enfermagem Anna Nery to obtain the academic title of Doutor. Leader: Almeida Filho, Antonio Jose

Estudo histórico-social que toma como objeto a reconfiguração do cuidado de enfermagem materno infantil à luz da criação do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo, no âmbito do Hospital das Clínicas, no estado do Espírito Santo no período entre 1968 e 1984. O recorte temporal se estende de 1968, ano da Reforma Universitária e criação da maternidade, a 1984, ano do lançamento oficial do Programa de Assistência Integral da Saúde da Mulher.

Os objetivos da tese são:

descrever as circunstâncias que culminaram com a necessidade de reconfiguração do cuidado de enfermagem materno infantil no âmbito do Hospital das Clínicas; analisar as estratégias adotadas pela chefe da Maternidade, docente da UFES, para reconfigurar o cuidado de enfermagem no Hospital das Clínicas; e discutir os efeitos simbólicos dessas estratégias na maternidade do Hospital das Clínicas. Os achados foram iluminados pelos conceitos da Teoria do Mundo Social, desenvolvida pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. As fontes primárias de pesquisa constituíram de documentos escritos, orais e iconográficos, enquanto as secundárias foram compostas do acervo bibliográfico existente sobre a referida temática. Na realização do estudo, foram atendidos os preceitos éticos da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Os principais resultados demonstram três marcos na assistência de enfermagem neste cenário:

1968 a 1974; 1974 a 1979 e 1980 a 1984, nos quais as enfermeiras utilizaram de estratégias para garantir ocupação e posição no campo da maternidade. A presença de uma enfermeira docente, de 1976 até meados de 1980, detentora de discurso autorizado na liderança do Serviço de Maternidade, possibilitou a ocupação de um campo de dominação, representando uma ruptura na hegemonia do modelo médico de parto hospitalar. Assim, ocupou espaço no campo e adquiriu autoridade científica para falar e agir legitimamente, reconfigurando o habitus profissional no cuidado ao parto e puerpério com ganhos simbólicos para a enfermagem.(AU)

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