Mapeamento tridimensional do ápice radicular em relação às corticais ósseas externas e estruturas anatômicas adjacentes
Publication year: 2017
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Ciência e Tecnologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Martinho, Frederico Canato
O conhecimento da posição topográfica dos ápices dentários em relação às corticais ósseas externas e estruturas anatômicas é de importância para a endodontia, sobretudo quando da instituição de técnicas com sobreinstrumentação. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) permite uma análise tridimensional da localização do ápice radicular, estimando os riscos em relação a essas estruturas.
Os objetivos desta pesquisa foram:
a) aferir a medida linear entre os ápices radiculares de dentes posteriores e canino superiores e o seio maxilar e entre os ápices de dentes posteriores inferiores e o canal mandibular, relacionando os achados com gênero e idade; b) comparar as medições realizadas em tomografias entre ápices e estruturas anatômicas, com as realizadas em radiografias panorâmicas; c) verificar a proximidade dos ápices radiculares dos dentes superiores com a respectiva cortical óssea externa adjacente e dos ápices radiculares dos dentes inferiores com as corticais ósseas externas vestibular e lingual; d) verificar a ocorrência de fenestrações apicais, em todos os grupos dentais e e) classificar riscos de sobreinstrumentação baseando-se nas medidas lineares entre ápices radiculares e estruturas anatômicas/ corticais ósseas externas. Foram selecionados 800 TCFCs e 200 radiografias panorâmicas obtidas de pacientes com indicações diversas. Na TCFC, foram encontradas médias entre os ápices radiculares e o seio maxilar, variando de 0,37mm até 6,22mm, e na mandíbula, entre os ápices e o forame mentoniano, variando de 2,81mm até 4,92mm. Ao comparar as distâncias determinadas pela TCFC e panorâmica, verificou-se superestimação e subestimação das medidas na maxila e mandíbula, respectivamente (p<0,01). As distâncias entre cada ápice e sua respectiva cortical óssea foram classificadas de acordo com a distância, com maioria de ápices a menos de 1mm de distância na maxila e com mais de 3mm na mandíbula. A ocorrência de fenestrações registrou maiores índices na maxila, sendo que em mandíbula foram registrados em relação às fenestrações da cortical óssea lingual. Concluímos que a) há determinados ápices que estão frequentemente em posição de risco em relação às estruturas anatômicas, sobretudo o seio maxilar; b) houve diferenças estatisticamente significantes entre as medições realizadas em tomografias e radiografias panorâmicas; c) há determinados ápices, principalmente na maxila, que estão em íntimo contato com as corticais ósseas externas; d) houve ocorrências importantes de fenestração apical em determinados ápices dentais, e e) os riscos de sobreinstrumentação determinados pelas medidas lineares entre ápices e estruturas anatômicas e corticais ósseas externas foram altos para determinados ápices e esses riscos foram mais importantes para sobreinstrumentações maiores que 1mm(AU)
It is important to know the topographic position of dental root apices in relation to external cortical bones and adjacent anatomical structures for endodontics, mainly regarding the use of over-instrumentation techniques. Cone beam computed tomography (CBCT) allows for analysis of the root apex position and estimation of the risks in relation to these structures.