Estudo histomorfométrico e imuno-histoquímico do processo de reparo ósseo alveolar de ratos sob o efeito da obesidade
Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho". Faculdade de Odontologia de Araçatuba to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:
A obesidade que, no passado, foi vista como benéfica à saúde dos ossos, atualmente é relacionada a efeitos negativos sobre seu metabolismo, atuando por meio de diversos mecanismos. Embora a prevalência da obesidade seja crescente em todo o mundo, a literatura carece de conhecimentos sobre seu impacto no reparo ósseo alveolar. Frente a isso, este trabalho teve como objetivo analisar o efeito da obesidade no processo de reparo alveolar de ratos. Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (processo FOA no. 2014-00293). Foram utilizados 30 ratos Wistar machos de 20 semanas. O grupo controle (GC) (n=15) foi constituído por ratos de peso normal e, o grupo experimental (GE) (n=15), por ratos obesos induzidos por dieta. Todos os animais tiveram o incisivo central superior direito extraído e 5 animais de cada grupo foram eutanasiados após 7, 14 e 28 dias. Análises histomorfométricas e imuno-histoquímicas para Osteocalcina, OPG, RANKL e TRAP foram realizadas. A positividade para Osteocalcina, OPG e RANKL foi dada em escores: 1 (leve), 2 (moderada) e 3 (intensa). Os valores da histomorfometria e a quantificação de células TRAP+ foram submetidos à análise estatística (ANOVA e pós-teste Tukey, com nível de significância de 5%). Os resultados histomorfométricos mostraram, em percentual de osso neoformado no terço médio do alvéolo, aos 7 dias pós-exodontia, 70,76% no GC e 28,44% no GE (p<0,05); aos 14 dias, 88,68% no GC e 66,15% no GE (p>O,05) e; aos 28 dias, 91,30% no GC e 90,13% no GE (p>O,05). Para Osteocalcina, aos 7, 14 e 28 dias pós-exodontia respectivamente, o GC apresentou escores 2, 2 e 3, com marcação na matriz óssea, e o GE, 3, 2 e 3, com marcação muito discreta na matriz óssea. Para a OPG, os escores foram 2, 3 e 3 no GC e 2, 2 e 1 no GE. O RANKL apresentou escore 3 em todos os tempos analisados, tanto no GC quanto no GE. O GC apresentou 111, 261 e 156 osteoclastos TRAP+, e o GE, 121, 216 e 237, aos 7, 14 e 28 dias respectivamente. A partir desses resultados, conclui-se que a obesidade teve um impacto negativo no reparo alveolar, com atraso na neoformação óssea nos momentos iniciais e alteração no padrão de mineralização. Embora tenha havido predomínio na sinalização para ativação osteoclástica no GE, o número de osteoclastos ativados não diferiu do GC(AU)