Publication year: 2014
CONTEXTO:
Os princípios básicos do tratamento de feridas baseiam-se em limpeza, desbridamento, redução do odor, da dor e tratamento da infecção ou redução da colonização. Outro princípio importante da terapia tópica de feridas é a oclusão com as coberturas. Os produtos para tratamentos de feridas podem ser reunidos em dois grandes grupos:
agentes tópicos e curativos. Os curativos úmidos são relatados como terapia tradicional ou convencional na literatura e os curativos interativos modernos são as espumas, alginatos de cálcio, hidrogéis, hidrocolóides e filmes. Agentes antibacterianos tópicos, antissépticos, antibióticos, novos curativos antimicrobianos e curativos por pressão negativa (vácuo)-também são usados para tratar a infecção, com vários questionamentos sobre a sua eficácia. TECNOLOGIA PROPOSTA:
A Terapia por Pressão Negativa usa uma combinação de sucção a e protetores especiais para facilitar a drenagem e influenciar no crescimento de tecidos superficiais (figura 1). O líquido aspirado da ferida é coletado em um recipiente dentro da unidade de controle. Normalmente utiliza-se de 80 a 125 mmHg de pressão negativa, continuamente ou em ciclos. Essa terapia foi projetada com o objetivo de melhorar a cura, diminuindo a morbidade, o custo e a estadia prolongada dos pacientes com feridas crônicas e sem cura, sendo assim uma adjunção ao tratamento da ferida(5) Dentre as razões teóricas que justificam a melhora na cicatrização das feridas, estão: manutenção do ambiente úmido da ferida; aumento do fluxo sanguíneo local; remoção de exsudato da ferida; promoção da formação do tecido de granulação; redução da infecção; pressão mecânica no enxerto. Esta terapia pode ser usada como método primário no fechamento ou como um método de manutenção na ferida, como ponte até que a reconstrução cirúrgica seja possível. Pode ser utilizada no tratamento de feridas agudas como queimaduras, traumas e enxertos de pele, mas também é comumente usada para feridas crônicas ou complexas e sem cura, como por exemplo, as úlceras por pressão, destacando-se a pouca disponibilidade de evidências. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS:
Foi realizada uma busca nas bases de dados primárias Medline e Lilacs, que resultou em oito revisões sistemáticas, 14 ensaios clínicos e um estudo de caso-controle. Após análise, apenas dois estudos preencheram os critérios de inclusão. Um estudo demonstrou eficácia com redução do tempo de fechamento da lesão com o uso de dispositivo “caseiro”. Não há evidencias de que o dispositivo comercial produza melhores resultados. RECOMENDAÇÃO DA CONITEC:
A CONITEC, em sua 21ª reunião ordinária, no dia 4 de dezembro de 2013, recomendou a não incorporação no SUS da terapia por pressão subatmosférica (VAC) em lesões traumáticas agudas extensas. DELIBERAÇÃO FINAL:
Na 25ª reunião da CONITEC, realizada no dia 08/05/2014, os membros do plenário deliberaram não recomendar a incorporação da terapia por pressão subatmosférica (VAC) em lesões traumáticas agudas extensas. DECISÃO:
PORTARIA Nº 34, de 26 de setembro de 2014 - Torna pública a decisão de não incorporar a terapia por pressão subatmosférica (VAC) em lesões traumáticas agudas extensas no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.