Publication year: 2014
INTRODUÇÃO:
A análise do processo de trabalho se inclui no elenco de interesses permanentes da equipe de pesquisa do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da UnB, sob o fundamento de que este representa a chave para compreender e organizar a produção de bens e serviços em diferentes contextos sociais. A caracterização dos recursos humanos que participam dessa produção e das relações que estabelecem entre si em diferentes contextos é considerada etapa necessária e fundamental para a proposição de inovações ou reorientações no processo produtivo. Estudos e publicações bem como iniciativas de capacitação enfocando aspectos desse objeto da investigação e intervenção nos serviços de saúde foram realizados desde o início deste Observatório (1999). A partir de 2004, a análise do processo de trabalho no contexto da atenção à saúde da família passou a integrar as linhas de investigação prioritárias, tendo em vista a adoção dessa estratégia pelos gestores do SUS como eixo para a mudança no processo de produção dos serviços desse setor no país. O propósito é compor paulatinamente um repertório de informações, análises e recomendações à disposição de gestores e outros atores interessados na formulação, nos desdobramentos e na avaliação prospectiva de ações políticas e programáticas nesse campo. Os primeiros desses estudos foram pesquisas realizadas com o profissional médico nas equipes de saúde da família do Distrito Federal, das demais capitais da Região Centro-Oeste e de algumas capitais da Região Norte. Foram selecionados alguns aspectos considerados importantes para caracterizar seu perfil profissiográfico e sua percepção e opinião quanto às relações de trabalho na equipe, a programação e o desenvolvimento de atividades em consultório, na comunidade e nos domicílios. Além disso, buscaram-se informações sobre a situação de referência e contrarreferência no atendimento e o perfil da clientela. Os resultados desses estudos são encontrados no sítio web e também em publicações impressas, incluindo outra vertente de análises em saúde da família, que não integra o foco do estudo atualmente apresentado.1 O estudo realizado no DF em meados dos anos 2000, inaugurando essa linha de investigação, destarte ser pensado inicialmente como um estudo de caso, na perspectiva de subsidiar políticas de gestão, de formação, além de aspectos gerenciais, e ainda estabelecer referências metodológicas, acabou assumindo um teor mais amplo. Foram apresentados cenários internacional e nacional em atenção básica e saúde da família, além de promover uma recuperação histórica da origem e da evolução da saúde pública e da saúde da família no DF. A contextualização do Saúde da Família no DF percorreu as diversas formulações e desenvolvimento das ações nessa estratégia, que localmente recebeu diferentes denominações (Saúde em Casa, Saúde da Família, Família Saudável) e peculiaridades ao longo de sua trajetória até o ano de 2006, quando o estudo foi concluído. Foram também apresentados dados da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), entidade do setor privado que inclui a Estratégia Saúde da Família na sua organização de serviços aos associados. OBJETIVO:
O atual estudo foi considerado importante no sentido de atualização até 2011, pois ocorreram algumas mudanças institucionais, contratuais e na organização dos serviços no âmbito do Distrito Federal. No estudo anterior, o momento institucional refletia a avaliação sobre a renovação ou não de contrato com a Fundação Zerbini, então conveniada para operar o Família Saudável. MATERIAL E MÉTODO:
Isso repercutiu na situação funcional dos trabalhadores e no momento da coleta de dados da primeira pesquisa – do universo de aproximadamente noventa equipes de saúde da família, cerca de um terço, apenas, contava com o profissional médico. Também é considerada relevante a retomada após terem sido realizados, nesse intervalo de tempo, estudos de caso em mais oito municípios, entre as regiões Centro-Oeste e Norte, que propiciaram mais elementos para uma visão diferenciada, como o aperfeiçoamento progressivo do instrumento de coleta de dados. Essas razões já seriam suficientes para retomar o estudo no DF. CONCLUSÃO:
Mas, além disso, o caráter do estudo foi ampliado, agregando-se nas categorias de trabalhadores, além do médico, o cirurgião-dentista e o enfermeiro, profissionais de nível superior também nucleares na composição das equipes de saúde da família.