Programa Mais Médicos: embates políticos entre entidades médicas e o Estado

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Mestre. Leader: Rodrigues, Paulo Henrique de Almeida

Essa dissertação tem como objetivo analisar os embates políticos entre as principais entidades médicas nacionais e o Estado brasileiro em torno do PMM. O Mais Médicos gerou resultados significativos para a população que não tinha acesso a assistência médica. Mas esses resultados não foram suficientes para aplacar as críticas vindas de determinadas entidades representativas da profissão e de muitos médicos no país. Considerando a história da medicina no ocidente observa-se que essa profissão obteve um forte poder na sociedade, sendo o saber hegemônico da profissão determinante para a vida da maioria das pessoas. As relações entre a profissão médica com o Estado e a classe burguesa possibilitaram o fortalecimento político e econômico dessa profissão. No Brasil esse cenário não foi diferente. Diante dessas questões, as manifestações contrárias ao PMM podem ter outros sentidos, mediados por interesses particulares da profissão, que também representam interesses de classe. Optei nesse estudo pela pesquisa qualitativa, que foi realizada por meio de pesquisa documental e análise de conjuntura, e teve como aporte teórico o neoinstitucionalismo histórico. O movimento de lutas das entidades médicas e de grande parte da categoria médica contra o PMM não conseguiu anular o programa, mas alcançou objetivos importantes para garantir certa autonomia da profissão em relação ao Estado. A mobilização da categoria contra o PMM alcançou o Congresso Nacional, fazendo alianças importantes com os partidos de oposição. Houve forte adesão da categoria médica a esses partidos em 2014. Além disso, foi significativa a luta do movimento médico contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o que mostrou que as reinvindicações contra o PMM, se mesclaram a reinvindicações contra o governo Dilma

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