Administração de medicamentos orais à criança em unidade de acolhimento institucional: avaliação da prática de enfermagem
Publication year: 2017
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Ceará. Departamento de Enfermagem. Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, to obtain the academic title of Mestre. Leader: Lima, Francisca Elisângela Teixeira
A via de administração de medicamentos mais utilizada em Unidade de Acolhimento
Institucional (UAI) é a oral. A administração de medicamentos por via oral, ainda que
seja a mais simples, demanda uma série de cuidados complexos, que exigem da equipe
de enfermagem competência da técnica e das propriedades farmacológicas dos
medicamentos a serem administrados. Objetivou-se avaliar a prática dos profissionais
de enfermagem no preparo e administração de medicamentos orais à criança em
Unidade de Acolhimento Institucional. Estudo exploratório, descritivo, observacional,
de natureza quantitativa, desenvolvido em duas Unidades de Acolhimento Institucional
Pediátrico, estaduais, de Fortaleza-CE, que possuem equipe de enfermagem em tempo
integral. A população do estudo foi constituída por 22 profissionais de enfermagem,
cuja amostra foi composta por 12 técnicas de enfermagem que participaram do processo
de administração de medicamento por via oral e que estavam nas escalas de trabalho
durante o período do estudo nas unidades investigadas. Para o número de observações,
considerou-se o cálculo para população finita, com um total de 257 observações do
processo de administração de medicamento por via oral. Para a coleta de dados realizouse
entrevista com a equipe de enfermagem e observação sistemática do processo de
administração de medicamento por via oral na criança, considerando cinco etapas, quais
sejam: leitura da prescrição médica (3 ações), higienização das mãos (12 ações), preparo
do material (3 ações), preparo do medicamento (20 ações) e administração do
medicamento (13 ações), totalizando 51 ações. Os dados foram analisados pela
estatística descritiva e pelo teste Qui-quadrado de Pearson para verificar relação entre a
execução das ações e o turno de observação, tempo de formação e tempo de experiência
na pediatria dos profissionais observados. Para a análise de desempenho dos
profissionais, foi adotado como satisfatório o desempenho cujo ponto de corte foi >
70%. Como resultados das prescrições analisadas nas duas instituições, constatou-se
que as três ações referentes à leitura da prescrição médica foram satisfatórias. Houve
adesão à higienização das mãos em somente 34,6% das observações. Das ações do
preparo do material e do medicamento, dez apresentaram desempenho satisfatório dos
profissionais (> 70%). Enquanto 13 foram insatisfatórias, destacando-se: “Não mistura
medicamentos no mesmo copo de plástico medidor” (21,7%), “Prepara medicamentos
líquidos misturando os conteúdos agitando o frasco antes da administração” (27,6%);
Quando necessário fracionar o comprimido, com a mão limpa ou enluvada, partia
somente os comprimidos previamente sulcados pelo fabricante (22,2%). Na etapa
administração de medicamentos propriamente dita consideraram-se os nove certos, dos
quais cinco tiveram percentuais de realização > 70%, quais sejam: paciente certo
(82,4%), medicamento certo (100%), via certa (100%), hora certa (74,7%) e dose certa
(93,7%). Concluiu-se que houve desempenho satisfatório em 30 ações (59,6%) do
processo de administração de medicamento por via oral. Portanto, faz-se necessário
implementar rotinas de cuidados seguros para os profissionais desenvolverem
competências no processo de administração de medicamentos à criança em UAI. (AU)