Análise da percepção do consumo de frutas em adolescentes participantes de um ensaio comunitário randomizado em Duque de Caxias - RJ
Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro to obtain the academic title of Mestre. Leader: Verly Junior, Eliseu
Foi avaliado o efeito de uma intervenção nutricional na percepção do consumo de frutas em adolescentes de Duque de Caxias - RJ. Trata-se de uma análise secundária de um ensaio comunitário randomizado controlado de base escolar, conduzido durante o ano letivo de 2016 com alunos do 5º e 6º anos de 18 escolas públicas de Duque de Caxias – RJ. A intervenção consistiu em ações integradas de prevenção primária (na escola) e secundária (a nível familiar, em parceria com a Estratégia de Saúde de Família). Foram desenvolvidas atividades que forneceram a base geral para um estilo de vida saudável. A percepção da ingestão de frutas foi obtida por meio da pergunta “Na sua opinião, a quantidade de frutas que você come é: excelente, muito boa, boa, ruim ou muito ruim?”. Foi construída uma variável binária nos dois grupos para avaliar a percepção errônea acerca do consumo de frutas. Informações relativas às características sociodemográficas, individuais, comportamentais e de consumo alimentar foram obtidas por meio de questionário. Medidas antropométricas foram coletadas por pesquisadores treinados. Os resultados obtidos demonstraram que não houve efeito da intervenção na mudança de percepção quanto ao consumo de frutas. Observou-se ainda influência do sexo masculino (p=0,026), considerar a qualidade da alimentação como excelente/muito boa (p=0,000), consumo menos frequente de refrigerantes (p=0,000) e biscoitos (p=0,000) e a participação menos frequente ou quase nunca dos pais/responsáveis durante o café da manhã (p=0,000) e jantar/lanche (p=0,000) na percepção errônea acerca do consumo de frutas. Esse trabalho demonstrou que uma parcela importante dos adolescentes não reconheceu que sua ingestão de frutas estava muito abaixo do esperado. A ausência de mudança de percepção pode representar um obstáculo ao sucesso dos programas de educação alimentar e nutricional, tendo em vista que esses indivíduos por não terem reconhecido a necessidade de alteração dos hábitos alimentares podem apresentar maior resistência para mudar o consumo em curto prazo. Além disso, a percepção errônea pode estar associada ao sexo, à percepção da qualidade da alimentação como um todo e ao contexto familiar de consumo e comportamentos alimentares como as frequências de consumo de refrigerantes e biscoitos e a participação dos pais/responsáveis durante as refeições