Poluição atmosférica e função pulmonar em asmáticos: associação e interação gene-ambiente

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Doutor. Leader: Junger, Washington Leite

Os poluentes do ar induzem o aumento de componentes inflamatórios no pulmão e redução da função pulmonar. A variabilidade na resposta pulmonar à exposição à poluição atmosférica tem sido associada a polimorfismos em genes envolvidos nas respostas inflamatórias e imunológicas à inalação destes poluentes. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre poluição atmosférica e a função pulmonar em crianças e adolescentes asmáticos e a potencial modificação de efeito dos polimorfismos em genes antioxidantes e inflamatórios. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, com 112 crianças e adolescentes asmáticos, de 6 a 14 anos de idade, no período de novembro de 2015 a dezembro de 2016, residentes no município do Rio de Janeiro. Foram coletadas células da mucosa bucal para pesquisa dos polimorfismos dos genes Glutationa S Transferase M1 (GSTM1), Glutationa S Transferase T1 (GSTT1) e Glutationa S Transferase P1 (GSTP1) e Fator de necrose tumoral A (TNF-A). As variáveis desfecho foram volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), capacidade vital forçada (CVF), fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% da CVF (FEF25-75%) e pico de fluxo expiratório (PFE). Os polimorfismos foram genotipados pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando sondas Taqman®. Modelos Lineares Generalizados foram usados e a relação entre o PM10 e O3 e o VEF1, CVF, FEF25-75% e PFE foi estimada pelo método Modelo Polinomial de Defasagem Distribuída (PDLM). A modificação de efeito dos polimorfismos genéticos foi avaliada pela inclusão dos genótipos e dos poluentes no modelo de trabalho. O aumento de 10 µg/m³ de PM10 foi associado com declínio do VEF1 no dia corrente, no primeiro dia de defasagem e no acumulado de 5 dias. Nos demais indicadores, uma associação negativa foi verificada apenas no acumulado de 5 dias. Com o incremento de 10 µg/m³ de O3, uma associação negativa foi evidenciada no quarto e quinto dia de defasagem para o VEF1 e CVF, e no quinto dia de defasagem para FEF25-75 e PFE. Em indivíduos que possuem o alelo variante do TNF-308, foi observado uma associação negativa entre PM10 e o VEF1 no dia corrente (-11,23; IC95%: -19,23, -2,45), no primeiro dia de defasagem (-5,6; IC95%: -10,16, -0,8) e no acumulado de 5 dias (-9,37; IC95%: -13,75, -4,76). A interação foi observada para o GSTT1 nulo no VEF1 no dia corrente (-11,49; IC95%; -16,26, -6,45), no primeiro dia de defasagem (-6,23; IC95%: -8,81, -3,57) e no acumulado de 5 dias (-10,88; IC95%: -13,34, -8,35) e na CVF, no dia corrente (-7,94; IC95%; -11,91, -3,8), no primeiro dia de defasagem (-4,38; IC95%: -6,48, -2,23) e no acumulado de 5 dias (-7,99; IC95%: -10,01, -5,93). ). Os indivíduos com genótipo nulo GSTM1/GSTT1 combinado apresentaram uma associação negativa significativa, no incremento de 10 µg/m³ de PM10 e VEF1 e na CVF. Estes resultados evidenciaram a associação negativa entre poluentes do ar e a função pulmonar e modificação de efeito dos polimorfismos nos genes inflamatórios e antioxidantes na associação dos poluentes atmosféricos e função pulmonar

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