Representações sociais de enfermeiras e médicos do campo da saúde sexual e reprodutiva sobre as mulheres lésbicas

Publication year: 2015
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro to obtain the academic title of Doutor. Leader: Penna, Lucia Helena Garcia

Trata-se de um estudo que tem como objeto as representações sociais de enfermeiras e médicos do campo da saúde sexual e reprodutiva sobre a mulher lésbica.

Os objetivos incluem:

descrever o conteúdo das representações sociais de enfermeiras e médicos, do campo da saúde sexual e reprodutiva, sobre as mulheres lésbicas; identificar as especificidades de saúde sexual e reprodutiva reconhecidas, pelos profissionais, entre as lésbicas; descrever as dificuldades encontradas, por enfermeiras e médicos, no cotidiano das práticas de atenção à saúde sexual e reprodutiva das lésbicas; discutir a influência das representações sociais de enfermeiras e médicos sobre suas práticas de atenção à saúde sexual e reprodutiva de lésbicas. A pesquisa é de natureza qualitativa. O referencial teórico tem apoio na da Teoria do Poder Simbólico e o referencial teórico-metodológico na Teoria das Representações Sociais. O grupo social participante envolve 24 enfermeiras e 21 médicos atuantes na atenção primária, no município do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no período de março a setembro de 2014. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada e os depoimentos analisados à luz da análise temático-categorial de conteúdo com auxílio do software NVivo. Os resultados indicam que a representação social do grupo sobre a mulher lésbica está permeada de elementos da representação sobre a homossexualidade, o que sugere tratar-se de uma representação não autônoma. Frente às constatações, análises e discussões tecidas ao longo do estudo, foi possível confirmar o pressuposto teórico e afirmar a tese de que as representações sociais de enfermeiras e médicos, do campo da saúde sexual e reprodutiva, sobre as lésbicas, apresentam um conteúdo fortemente normativo, com expressiva carga afetiva, que opera como substrato para a violência simbólica no cuidado, contribuindo com o processo de exclusão dessas mulheres, do campo da saúde. As lésbicas são classificadas, pelos profissionais de saúde, em masculinas ou femininas. A lésbica masculina é enraizada numa rede de significados com forte conotação negativa e as femininas, na medida em que rompem menos com as normas sociais, são melhor aceitas.
It is a study that has as object the social representations of nurses and doctors of the sexual and reproductive health field over the lesbian woman.

The objectives include:

describing the contents of the social representations of nurses and doctors of the sexual and reproductive health field, about lesbians; identify the specifics of the sexual and reproductive health recognized by professionals, among lesbians; describing the difficulties encountered by nurses and doctors, in the daily care practices to sexual and reproductive health of lesbians; discussing the influence of social representations of nurses and doctors about their care practices to sexual and reproductive health of lesbians. The research is of a qualitative nature. The theoretical framework is supported by the Theory of Symbolic Power and the theoretical and methodological framework in Social Representation Theory. The participant social group involved 24 nurses and 21 doctors acting in primary care, in the city of Rio de Janeiro. Data were collected from March to September 2014. The data collection instrument was the semi-structured interview and the statements analyzed in the light of thematic-categorical content analysis with the aid of NVivo software. The results indicate that the representation of the social group about the lesbian woman is permeated with elements of the representation of homosexuality, suggesting that this is a non-autonomous representation. Facing the findings, analyzes and discussions woven along the study allowed us to confirm the theoretical assumption and affirm the thesis that the social representations of nurses and doctors from the sexual and reproductive health field, about lesbians, have a strongly normative content with significant emotional charge, which operates as a substrate for symbolic violence in care, contributing to the process of exclusion of these women, the field of health. Lesbians are classified by health professionals as male or female. The male lesbian is rooted in a network of meanings with strong negative connotation and female lesbians are better accepted to the extent that less break with social norms.

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