Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas to obtain the academic title of Doutor. Leader: Appenzeller, Simone
Resumo:
Determinar as alterações microestruturais do corpo caloso (CC) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) pelas imagens de ressonância magnética, através da técnica de tensor de difusão (DTI) e determinar associações com as manifestações clínicas e laboratoriais e com o tratamento. Material e métodos:
O estudo avaliou 116 pacientes com LES (110 mulheres, média de idade 39,4 anos) e 48 controles saudáveis (40 mulheres, média de idade 35,5 anos). Todos os pacientes preenchiam 4 ou mais critérios classificatórios de LES do Colégio Americano de Reumatologia (ACR) e as manifestações neuropsiquiátricas foram analisadas segundo os critérios do ACR para o acometimento neuropsiquiátrico, classificadas em ativas, inativas ou ausentes na data de inclusão do estudo. Foram avaliadas as manifestações clínicas, laboratoriais e atividade de doença (SLEDAI - Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index) e índice de dano (SLICC- Systemic Lupus International Collaborating Clinics /ACR). Todos os pacientes e controles foram submetidos ao exame de RM de crânio utilizando a técnica de tensor de difusão (DTI) e os valores de anisotropia fracionada (FA), difusividade média (MD), difusividade axial (AD) e radial (RD) foram calculados. O CC foi segmentado em 5 sub-regiões, segundo classificação validada. Resultados:
Os pacientes com LES apresentaram valores significativamente menores de FA (0,629±0,0612 vs 0,6781±0,0154; p<0,001) e significativamente maiores de MD (0,0023±0,0036 vs 0,0010±0,0001; p=0,020), AD (0,0018±0,0001 vs 0,0017±0,0002; p=0,040) e RD (0,0008±0,0006 vs 0,0005±0,0001; p=0,024) quando comparados aos controles. Os pacientes com LESNP ativo quando comparado aos LESNP inativo apresentaram valores menores de FA [(0,590±0,072 vs 0,661±0,021); (0,590±0,072 vs 0,646±0,045); (0,590±0,072 vs 0,678±0,015)] e maiores de MD [(0,0044±0,005 vs 0,0010±0,0001); (0,0044±0,005 vs 0,001±0,001); (0,0044±0,005 vs 0,001±0,0001)], AD [(0,0018±0,001 vs 0,0017±0,00009); (0,0018±0,001 vs 0,0017±0,0002)] e RD que os controles (0,0007±0,002 vs 0,0011±0,0006). O SLEDAI apresentou correlação negativa com FA (r=-0,346; p<0,001) e positiva com MD (r=0,239; p=0,010), AD (r=0,223; p=0,016) e RD (r=0,218; p=0,018). O SLICC apresentou correlação negativa com FA (r=-0,314; p= 0,001) e positiva com MD (r=0,275; p=0,002) e AD (r=0,193; p=0,03). Na avaliação parcelada do CC, observamos comprometimento das parcelas anteriores do corpo caloso nos LESNP ativo quando comparado aos controles. Conclusão:
Nosso estudo indica que há comprometimento microestrutural em pacientes com LESNP ativo e em pacientes com atividade sistêmica da doença. Não observamos dano microestrutural nos pacientes com LESNP inativo quando comparados aos LES sem MNP e controle, no CC total. Observamos na análise parcelada do CC que as parcelas anteriores foram as que apresentaram alteração microestrutural quando analisadas individualmente. O estudo DTI pela RM pode fornecer elementos para uma análise mais abrangente da microestrutura da substância branca nos pacientes com LES com MNP(AU)
Abstract:
The aim of this study was to determine the microstructural changes of the corpus callosum in patients with systemic lupus erythematosus by magnetic resonance imaging using the diffusion tensor technique (DTI) and to determine associations with neuropsychiatric, clinical and laboratory manifestations and treatment. Material and method:
The study evaluated 116 patients with SLE (110 women, mean age 40 years) and 48 healthy controls (40 women, mean age 35.5 years). All patients fulfilled 4 or more American College of Rheumatology (ACR) SLE criteria and neuropsychiatric manifestations (NPM) were analyzed based on the ACR diagnostic criteria for neuropsychiatric impairment, classified as active, inactive, or absent on the date of inclusion of the study. Clinical, laboratory and disease manifestations (SLEDAI) and SLICC (Systemic Lupus International Collaborating Clinics / ACR) were evaluated. All patients and controls underwent cranial MRI examination using diffusion tensor technique (DTI) and fractional anisotropy (FA), mean diffusivity (MD), axial diffusivity (AD) and radial (RA) values were calculated. The CC was segmented into 5 sub-regions, according to the validated classification. Results:
Patients with SLE presented significantly lower values of FA (0.629 ± 0.0612 vs 0.67781 ± 0.0154, p <0.001) and significantly higher MD values (0.0023 ± 0.0036 vs 0.0010 ± 0.0001 , p = 0.020), and AD (0.0018 ± 0.0001 vs. 0.0017 ± 0.0002, p = 0.040) and RD (0.0008 ± 0.0006 vs 0.0005 ± 0.0001, p = 0.024 ) when compared to controls. Patients with active NPSLE when compared to inactive NPSLE had lower values of FA [(0.590 ± 0.072 vs 0.661 ± 0.021); (0.590 ± 0.072 vs. 0.646 ± 0.045); (0.590 ± 0.072 vs. 0.678 ± 0.015)] and higher MD [(0.0044 ± 0.005 vs. 0.0010 ± 0.0001); (0.0044 ± 0.005 vs. 0.001 ± 0.001); (0.0044 ± 0.005 vs 0.001 ± 0.0001)], AD [(0.0018 ± 0.001 vs. 0.0017 ± 0.00009); (0.0018 ± 0.001 vs. 0.0017 ± 0.0002)] and RD than the controls (0.0007 ± 0.002 vs 0.0011 ± 0.0006). The SLEDAI had a negative correlation with FA (r = -0.346, p <0.001) and positive with MD (r = 0.239, p = 0.010), AD (r = 0.223, p = 0.016) and RD 0.018). The SLICC had a negative correlation with FA (r = -0.314, p = 0.001) and positive with MD (r = 0.275, p = 0.002) and AD (r = 0.193, p = 0.03). In the partial evaluation of CC, we observed impairment of the anterior portion of the corpus callosum in active NPSLE when compared to controls. Conclusion:
Our study indicates that there is microstructural impairment in patients with active NPSLE and in patients with systemic disease activity. We did not observe microstructural damage in patients with inactive NPSLE when compared to SLE without NPM and control, in the total CC. We observed in the split analysis of CC that the previous plots were those that presented microstructural alteration when analyzed individually. The DTI MRI study may provide elements for a more comprehensive analysis of the microstructure of the white matter in patients with SLE with NPM(AU)