Em diferentes etapas da vida, os seres humanos estão expostos a vulnerabilidades, sendo que cada uma dessas vulnerabilidades se expressa de maneira diferente, dependendo da faixa etária em que se encontram e dos contextos em que vivem, podendo trazer implicações de todas as ordens para a vida das pessoas. Nesse sentido,questiona-se: quais os modos de viver da pessoa que vive com Diabetes Mellitus tipo 2 que podem torná-la vulnerável? Quais são as estratégias de enfrentamento das vulnerabilidades adotadas pelas pessoas que vivem com Diabetes Mellitus tipo 2? Para tanto, o objetivo geral deste estudo écompreender as vulnerabilidades em saúde a que estão expostos os indivíduos com diabetes tipo 2 reveladas pela narrativa de vida.

E os objetivos específicos são:

identificar os modos de viver das pessoas com diabetes mellitus tipo 2 relacionados à vulnerabilidade e analisar os modos de proteção dos indivíduos no enfrentamento das vulnerabilidades. A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, descritiva, guiada pelo Método Narrativa de Vida. A pesquisa foi desenvolvida na Policlínica Piquet Carneiro, uma unidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPC/UERJ), no período de março a julho de 2015.Os participantes do estudo foram 20 pessoas com diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2 atendidas na Policlínica Piquet Carneiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

A questão norteadora da entrevista foi:

fale a respeito da sua vida que tenha relação com a assistência a saúde que você recebeu desde o momento em que recebeu o diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2. As entrevistas foram realizadas individualmente, no consultório do Centro de Tratamento em Diabetes, gravadas em um aparelho de MP4 e armazenadas em CD-ROM. Em seguida foram transcritas na íntegra. Após a organização dos dados o processo analítico empregado foi a análise temática, emergindo três categorias: descoberta e convívio com o diabetes mellitus; vulnerabilidades em saúde das pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2; e enfrentamento da doença e promoção da saúde. Evidenciou-se que o momento do diagnóstico foi muito difícil, assustador, gerando medo, tristeza e às vezes depressão.O conviver com a doença está relacionado com a determinação de limites que variam entre a rejeição e a aceitação. A alimentação adequada é considerada o principal desafio enfrentado pelas pessoas. Os modos de viver das pessoas e o entendimento que elas têm do processo saúde-adoecimento são cruciais para o sucesso, acompanhamento e tratamento da enfermidade. A promoção à saúde é extremamente necessária para população, focando na autonomia e na singularidade dos indivíduos. Para a enfermagem, este estudo permitiu apontar diferentes formas de cuidado de pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2, para que as pessoas possam vencer os impactos causados pelas vulnerabilidades e viver melhor dentro de suas possibilidades e limites.