Discurso e sentidos: uma análise do cartaz “30 anos de luta contra a AIDS"

Publication year: 2017
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro to obtain the academic title of Mestre. Leader: Gomes, Antonio Marcos Tosoli

Este estudo tem como objeto a materialidade discursiva presente no cartaz “30 anos de luta contra a aids”.

Os objetivos específicos foram:

a) Descrever, sob a perspectiva da Teoria das Representações Sociais, as representações do HIV/aids, mediatizadas pelo cartaz “30 anos de luta contra a AIDS”; b) Analisar o cartaz “30 anos de luta contra a AIDS” sob a esteira da proposição teórica da Escola Francesa de Análise do Discurso, a partir dos seus conteúdos verbais (textos) e não verbais (imagens e cores, dentre outros itens); c) Analisar algumas interfaces entre a Análise do Discurso e a Teoria das Representações Sociais para o estudo de materiais icônicos. Trata-se de uma pesquisa iconográfica, com abordagem qualitativa, elaborada na esteira da Análise de Discurso, na linha da Escola Francesa, e da Teoria das Representações Sociais, sendo utilizado, ainda, o conceito de policromia, o que permitiu trabalhar a imagem na perspectiva do não verbal. Como material empírico, submeteu-se à análise o cartaz utilizado pelo Departamento Nacional de IST/Aids, em dezembro de 2014, para a ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em seu formato digital, disponibilizado em PDF (Portable Document Format), no tamanho de 460 x 640 mm.

A análise se deu em três etapas:

análise do não verbal, análise do verbal e análise das formações imaginárias. Os resultados apontam para um discurso direcionado aos jovens, no qual a prevenção se subdivide nas noções de auto e heteroproteção, ligadas, principalmente, à terapia antirretroviral como forma de prevenir a aids e a transmissão do vírus. Pelo uso de metáforas, o cartaz resgata noções como a de câncer-gay, doença-punição e morte, para, então, a partir da introdução da terapia antirretroviral, traçar um paralelo entre o passado e o presente da síndrome. Conclui-se, que, por meio de metáforas, implícitos e silenciamentos, há uma carnavalização do HIV/Aids para que a memória da síndrome possa ser ressignificada e que novos elementos possam, assim, serem ancorados ao núcleo central das representações da síndrome.
The present study is concerned with the discursive materiality present in the poster “30 years of fight against AIDS”.

It specifically aims to:

1) Describe, from the perspective of the Theory of Social Representations, the representations of HIV/AIDS, mediated by the poster “30 years of fight against AIDS"; 2) Analyze the poster “30 years of fight against AIDS”, in the light of the theoretical proposition of the French School of Discourse Analysis, based on its verbal (texts) and non-verbal (images and colors, among other elements) contents; 3) Analyze some interfaces between the Discourse Analysis and the Social Representation Theory applied to the study of iconic materials. This is an iconographic research, with a qualitative approach, developed in the light of the French Discourse Analysis, the Theory of Social Representations, as well as the concept of polychromy, which allowed the image study from a non-verbal perspective. As empirical material, the poster used by the National STI/AIDS Department, in December 2014, for the World AIDS Day, was submitted to analysis in PDF (Portable Document Format) format, with a 460 x 640 mm image size.

The analysis took place in three stages:

non-verbal analysis, verbal analysis and analysis of imaginary formations. The results point to a discourse directed to young people, in which prevention is subdivided into the notions of self and heteroprotection, mainly linked to antiretroviral therapy as a way to prevent AIDS and the virus transmission. Through metaphors, the poster retraces notions such as “gay cancer”, punishment disease and death so as to, from the introduction of antiretroviral therapy, draw a parallel between the past and the present of the syndrome. It can be concluded, through the metaphors, implicit ideas and silencing, that there is a carnivalization of HIV/AIDS so that the memory of the syndrome can be re-signified so that the new elements can thus be anchored to the central nucleus of the syndrome representations.

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