Os homens que fazem sexo com homens (HSH) continuam a ser um dos grupos mais atingidos pela epidemia de HIV/aids em escala mundial. Apesar de terem ocorrido importantes mudanças em seu comportamento sexual, uma grande proporção deles continua a engajar-se em comportamentos de risco para a infecção pelo HIV. O presente trabalho teve por objetivo identificar fatores associados à adoção de comportamentos de risco para a infecção pelo HIV em uma amostra de HSH, em um contexto brasileiro. Para tanto, foi desenvolvido um estudo de caso-controle, no qual os casos eram indivíduos que relatavam comportamentos de risco nos seis meses que precederam a entrevista, e os controles não. Considerou-se comportamento de risco o relato de pelo menos um episódio de sexo anal sem preservativo. Casos e controles, todos soronegativos para o HIV, incidência da infecção pelo HIV em uma coorte de HSH. A amostra incluiu 259 casos e igual número de controles. A associação entre a adoção de comportamentos de risco e uma extensa lista de variáveis sociodemográficas e comportamentais foi testada, em análise univariada (odds ratio, intervalos de 95 por cento de confiança). As variáveis com um erro tipo 1 igual ou menor que 10 por cento foram selecionadas para a montagem de um modelo de regressão logística múltipla não condicionada, no sentido de verificar seu efeito ajustando-se as demais variáveis.