Prevalência e fatores associados às condições musculoesqueléticas em adultos brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde
Prevalence and associated factors of musculoskeletal conditions in brazillian adults: Pesquisa Nacional de Saúde
Publication year: 2017
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Mestre. Leader: Lopes, Cláudia de Souza
As doenças crônicas não transmissíveis representam negativamente alto impacto para os sistemas de saúde no Brasil e no mundo. Dentre as doenças crônicas mais frequentes, as condições musculoesqueléticas compreendem um grupo de enfermidades, caracterizadas por dor e inflamação, que influenciam o estado físico, a qualidade de vida e a capacidade funcional dos indivíduos. No Brasil, observa-se uma escassez de estudos epidemiológicos que tenham investigado a dimensão de tais condições na população adulta, assim como dos principais determinantes associados. O presente estudo teve como objetivo estimar a prevalência de condições musculoesqueléticas crônicas não relacionadas à trauma e sua associação com fatores demográficos socioeconômicos, comportamentais e clínicos. Este estudo transversal utilizou dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde, um inquérito de base nacional, domiciliar, conduzido em 2013 entre 60.202 adultos com 18 anos ou mais. A variável de interesse foi avaliada pelo autorrelato de diagnóstico médico de artrite ou reumatismo e problemas na coluna vertebral. As variáveis foram analisadas através de modelo hierárquico de determinação. Foram calculadas as prevalências de condições musculoesqueléticas crônicas e seus respectivos intervalos de 95% de confiança, para o Brasil e cinco regiões. As razões de prevalência (RP) para as associações em estudo foram obtidas através de regressão de Poisson com variância robusta. Dentre os 60.202 indivíduos avaliados, 21,6% apresentaram condições musculoesqueléticas crônicas, com prevalências predominantes na região sul do Brasil, no sexo feminino, nos idosos, nos indígenas, naqueles que viviam com companheiro, nos indivíduos socioeconomicamente mais carentes, em moradores de área rural, nos fumantes diários, naqueles que não consumiam bebida alcoólica, nos sedentários, naqueles com alto IMC, nos deprimidos e nos que conviviam com três ou mais morbidades crônicas. Na análise multivariada, houve forte associação com a idade avançada (RP = 3,61; IC95% 3,27-3,98) e com a presença de outras doenças crônicas, como depressão (RP = 1,69; IC95% 1,57-1,81) e multimorbidades (RP = 1,94; IC95% 1,77-2,12). Os resultados obtidos mostram a prevalência elevada de condições musculoesqueléticas crônicas na população adulta brasileira. Face ao processo de envelhecimento populacional e às morbidades crônicas em crescimento progressivo, este estudo reforça a necessidade de estratégias de controle e políticas de manejo da população que sofre com condições crônicas musculoesqueléticas
Non-communicable chronic diseases produce negative impacts in health systems in Brazil and around the globe. Among the most frequent chronic diseases, musculoskeletal conditions comprise a group of diseases that affect the musculoskeletal system characterized by pain and inflammation, which influence the physical state, quality of life and the functional capacity. In Brazil, there is a scarcity in epidemiological studies in regard of such manifestations in the adult population as well as the associated factors with this condition. This study aimed to estimate the prevalence of musculoskeletal conditions and its association with demographic, socioeconomic, behavioral and clinical factors. This cross-sectional study used secondary data from the National Health Survey, a national, household-based survey conducted in 2013 among 60,202 adults aged 18 years or over. The outcome was assessed by self-reported doctor diagnosis of arthritis or rheumatism and spine problems. The variables were analyzed through hierarchical model of determination. The prevalence of musculoskeletal conditions and the respective 95% confidence intervals were calculated as estimates for Brazil and the five regions. The prevalence ratios (PR) for the study associations were obtained through Poisson regression with robust variance. Among the 60,202 individuals interviewed, 21.6% had reported musculoskeletal conditions, with higher prevalences in the southern region of Brazil, in women, in the elderly, in the indigenous self-described group, in those living with a life partner, in the poorest individuals, in rural dwellers, in daily smokers, in those who did not consume alcoholic beverages, in the sedentary ones, with high BMI, in the depressed ones and those that had three or more chronic comorbidities. Multivariate analysis showed that there was a strong association with advanced age (PR = 3.61; 95%CI= 3.27-3.98) and other chronic diseases such as depression (PR=1.69, 95% CI=1,57-1,81) and multimorbidities (PR= 1.94; 95%CI=1.77-2.12). The results show the high prevalence of musculoskeletal conditions in the Brazilian adult population. Faced with the progressive growth of the aging population and chronic morbidities, this study reinforces the need for control strategies and management policies for the population suffering from chronic musculoskeletal conditions