Estudo tomográfico da região do Shelf mandibular em diferentes tipos faciais

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Paiva, João Batista de

A ancoragem ortodôntica tem sido motivo de preocupação para os ortodontistas desde o inicio da prática ortodôntica. Os dispositivos transitórios de ancoragem esquelética (miniparafuso) definiram um novo conceito de ancoragem em Ortodontia. A colocação dos dispositivos em uma região extra-alveolar mandibular permite o uso de parafusos de maior diâmetro que podem ser inseridos paralelamente à inclinação axial de molares inferiores sem interferir com as raízes dos dentes que serão movimentados. Na literatura são descritos diferentes tipos faciais que diferem na predominância em relação ao padrão de crescimento facial vertical ou horizontal configurando conformações ósseas mandibulares distintas entre os tipos faciais. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar se há diferença na espessura do osso vestibular na região do shelf mandibular entre os tipos faciais. Para este estudo retrospectivo foi selecionada uma amostra composta por 84 tomografias computadorizadas por feixe cônico (TCFC) de indivíduos dos gêneros masculino e feminino, adultos, com idade entre 18 e 40 anos. As imagens foram avaliadas no software Dolphin® (versão 11.0, Dolphin Imaging and Management Solutions, Chatsworth, CA - EUA). As tomografias foram divididas em três grupos de acordo com o tipo facial, determinado por meio de reconstruções bidimensionais em norma lateral para realização do traçado da análise cafalométrica proposta por Bjork-Jarabak, sendo: 28 do tipo facial hiperdivergente (Grupo1), 28 do tipo facial neutro (Grupo 2) e 28 do tipo facial hipodivergente (Grupo 3). Para atender aos objetivos do estudo, as medidas foram realizadas nas seguintes regiões: 1- Vestibular da raiz mesial do primeiro molar inferior dos lados esquerdo e direito; 2 - Vestibular da raiz distal do primeiro molar inferior dos lados esquerdo e direito; 3 - Vestibular entre o primeiro e segundo molar inferior dos lados esquerdo e direito; 4 - Vestibular da raiz mesial do segundo molar inferior dos lados esquerdo e direito; 5 - Vestibular da raiz distal do segundo molar inferior dos lados esquerdo e direito. As medidas foram realizadas a 3, 6 e 9 milímetros a partir da junção amelocementária (JAC) dos primeiros e segundos molares, em direção apical, no corte axial, estendendo-se do ponto médio das raízes mesial e distal até a borda mais externa da cortical óssea alveolar adjacente. Os resultados mostraram que, com relação à idade e gênero, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos. As medidas do Grupo 1 mostraram que na vestibular da raiz distal do 2º molar a 9mm da JAC apresentaram, em média, valores maiores de 5mm, sendo considerada possível de instação de miniparafuso nesta região, em ambos os lados. No grupo 2 observou-se espaço suficiente para instalação de miniparafuso na vestibular da raiz distal do 2º molar a 6 mm e 9 mm da JAC. Para o Grupo 3 observou-se medidas acima de 5 mm na vestibular da raiz mesial dos segundos molares a 9 mm da JAC e na vestibular da raiz distal a 6 mm e 9 mm da JAC. Baseados nos resultados obtidos, consideramos que existe uma diferença de espessura entre os tipos faciais e que este fator deve ser considerado durante o planejamento para instalação de miniparafusos de ancoragem ortodôntica, no entando para todos os grupos a região mais adequada é na vestibular da raiz distal dos segundos molares inferiores.

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