Ensaio clínico randomizado: Reflexões assistemáticas sobre a prática médica
Randomized clinical trial: Asystematic reflections about medical practice
Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Mestre. Leader: Mendonça, André Luís de Oliveira
Investigar como a clínica médica pode ser, simultaneamente, prática profissional e prática de cuidado – é esse o tema e o objetivo que põem em movimento o presente estudo. Valorando a experiência empírica e a reconstrução reflexiva, este ensaio parte da concepção do trabalho médico como produtor de cuidados para propor um itinerário conceitual pelos meandros de sua prática: o caráter laborativo e a tensão entre razão, técnica e criatividade; a relação entre médico e paciente e as implicações do afeto e do desejo no dispositivo clínico; o outro como sentido e como realizador do cuidado em produção. Elucidando os aspectos foracluídos da medicina clínica contemporânea para resgatar a potência humana e evidenciar os limites de sua prática para além da neutralidade rigorosa imposta pela narrativa científica hegemônica, conclui-se por meio da análise e discussão que viabilizar uma medicina cuidadora depende de uma nova forma de “ensaio clínico” – capaz de aliar a ousadia e a liberdade da experiência real da prática (que é técnica, mas não só), à orientação para o outro, em sua singularidade e possibilidades de ser
To investigate how clinical medicine can be, simultaneously, a professional practice and a practice of care – such are the theme and objective that set in motion the following study. Valuing both empirical experience and reflexive reconstruction, this essay relies on the conception of medical labor as productive of care to propose a conceptual itinerary through the insides of its practice: its laboring character and the tension between reason, technique and creativity; the relationship between doctor and patient and the implications of affection and desire in the clinical device; the other as the one who gives the meaning and actualizes the care in production. In elucidating the foreclosured aspects of contemporary clinical medicine in order to rescue its human strength and clarify the limits of its practice beyond the rigorous neutrality imposed by its scientific narrative, the analysis and discussion allow us to conclude that making way for a caring medicine is conditional to a new form of “clinical trial” – one capable of uniting the courage and the freedom necessary in the real experience of the practice (including, but not limited to the technique) to the orientation towards the other, in one’s singularity and multiple possibilities of being