Análise bioética do uso de protocolos clínicos de oncologia em adolescentes
Bioethical analysis of the use of clinical oncologic protocols in adolescents
Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Doutor. Leader: Taquette, Stella Regina
Os protocolos clínicos são recomendações normativas atreladas a várias abordagens terapêuticas que tomaram por bases os estudos que têm a medicina baseada em evidências para compor as suas estruturações. Nesse contexto, os protocolos clínicos em adultos são utilizados em várias especialidades médicas, notadamente na oncologia, com conflitos bioéticos descritos ao longo de sua história e aplicação. Apesar das limitações inerentes às suas bases de estruturação, os protocolos clínicos têm suas utilidades defendidas incorporadas à prática médica, como meios para justificar as ações trazendo-os até o campo da relação médico-paciente na tomada de decisão. O câncer infanto-juvenil é considerado raro, sendo necessário a reunião de centros nacionais e internacionais em prol da padronização de protocolos clínicos específicos. Há conflitos relacionados ao uso dos protocolos clínicos de primeira linha, atrelados a situações de vulnerabilidade causadas pelo contexto social de desigualdades que os adolescentes e seus pais vivem. Nesse cenário, o impacto do câncer restringe ainda mais o exercício da autonomia desses adolescentes, numa fase de desenvolvimento de suas capacidades para sua sobrevida no futuro. Esse estudo tem por objetivo a análise bioética na aplicação de protocolos clínicos de primeira escolha em adolescentes com tumores sólidos numa unidade hospitalar de oncologia pediátrica, tendo como referências nacionais e internacionais de livros, web sites e artigos científicos em revistas especializadas nos últimos cinco anos. O método utilizado foi qualitativo por meio de entrevistas semiestruturadas de oito oncologistas pediátricos, dezesseis pais e cinco adolescentes de idades entre 14 a 17 anos. Os resultados encontrados evidenciam conflitos na aplicação dos protocolos clínicos que limitam o exercício da autonomia de todos os participantes, e que nos adolescentes é agravado pelo impacto e tratamento da doença associados a desigualdade social que vivenciam e que compromete sua perspectiva de sobrevida com qualidade de vida e desenvolvimento do cuidado de si
Clinical protocols are normative recommendations tied to various therapeutic approaches that have taken the basis of studies that have evidence-based medicine to compose their structures. In this context, clinical protocols in adults are used in several medical specialties, notably in oncology with bioethical conflicts described throughout its history and application. Despite the inherent limitations of their structuring bases, the clinical protocols remain with their incorporated uses incorporated into medical practice, as means to justify the actions bringing them to the field of the doctor-patient relationship in the decision-making. Childhood and adolescent cancer is considered rare, and it is necessary to gather national and international centers for the standardization of specific clinical protocols. There are conflicts related to the use of first-line clinical protocols, linked to situations of vulnerability caused by the social context of inequalities that adolescents and their parents live. In this scenario, the impact of cancer further restricts the exercise of autonomy of these adolescents, in a phase of developing their capacities for their survival in the future. This study has as its objective the bioethical analysis in the application of clinical protocols of first choice in adolescents with solid tumors in the hospital unit of pediatric oncology, with national and international reference books, web sites and scientific articles in specialized journals in the last 5 years. The method used was qualitative semi-structured interviews of eight pediatric oncologists, sixteen parents and five adolescents from ages 14 to 17 years. The results highlight conflicts in the application of clinical protocols that limit the exercise of autonomy of all participants, and that in adolescents is compounded by the impact and treatment of the disease associated with social inequality experience and which compromises your prospect of survival with the quality of life and developing the care of themselves