Publication year: 2018
Introdução:
O leite materno apresenta inúmeras vantagens, como melhor digestibilidade e capacidade de prover componentes imunológicos únicos, além de possuir perfil nutricional balanceado para recém-nascidos pré-termo. É a principal fonte de energia e nutrientes durante os seis primeiros meses de vida, sendo importante durante períodos de doença, reduzindo o risco de mortalidade por infecções, diarreia e subnutrição. É o mais indicado para o prematuro, pois, nas primeiras quatro semanas contém alta concentração de nitrogênio, proteínas, lipídeos, vitaminas, cálcio e energia, quando comparado ao leite de mães de recém nascidos a termo. É classificado conforme o período da lactação, compreendendo o colostro, eliminado, até o sétimo dia pós-parto; o leite de transição, até ao décimo quarto dia e, o leite maduro, produzido a partir do décimo quinto dia. Tendo em vista a importância do leite materno, o conhecimento sobre sua composição e variação durante as diferentes fases de lactação, pode possibilitar intervenções nutricionais maternas, e também, seu emprego em situações especiais, visando à promoção da saúde dos neonatos. Objetivos:
Analisar amostras de leite humano de um Banco de Leite Humano de uma maternidade pública localizada na zona Norte de São Paulo, e identificar a variação da sua composição (valor energético e teor de gordura) entre mães de recém-nascidos a termo (RNT) e prematuros (RNPT) internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Metodologia:
Foi realizada pesquisa epidemiológica do tipo analítico-descritiva, com a formação de dois grupos, com mães de RNT com idade gestacional (IG) ≥ 37 semanas e outro de RNPT (≤ 36 semanas e seis dias), internados na UTIN. As amostras foram coletadas entre 7 a 10 dias após o parto. O valor calórico e o conteúdo de gordura foram obtidos pelo método do crematócrito, que consiste na centrifugação das amostras por 15 minutos, causando a separação do creme e do soro do leite. Os valores obtidos foram empregados em fórmulas específicas para o registro do valor energético (kcal/mL) e do teor de gordura (%). Foram utilizados os testes de Sperman, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para comparar os grupos, sendo significante p<0,05. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Santo Amaro. Resultados:
Foram analisadas 25 amostras de cada grupo e obteve-se a média (e desvio-padrão): para idade materna 26 (±5,88) e 30 (±5,96); para IG, 39 (± 1,31) e 34 (±2,59), semanas; para kcal/100ml 83,16 (±38,18) e 81,81 (±27,66) e para teor de gordura %/100ml 5,13 (±3,92) e 5,15 (±3,06), para o grupo RNT e RNPT, respectivamente. Os testes estatísticos não mostraram diferença significante sobre os valores de calorias e gordura (p<0,05) e também para idade gestacional, idade materna e variação sobre os dias de coleta para os dois grupos. Conclusão:
Embora o leite materno do período de transição ainda não tenha atingido plena homogeneidade, os resultados obtidos não indicam variação entre os grupos, sendo necessários mais estudos sobre a variabilidade do leite materno.(AU)