As experiências da maternidade frente à internação de longa duração nas gestações de alto risco e atuação da equipe multiprofissional

Publication year: 2018

O ciclo gravídico-puerperal é definido como um momento que envolve transformações físicas, psicológicas e sociais, que se inicia no momento da fecundação até o puerpério, e é marcado por diferentes percepções por parte da mulher, e por isso, é de fundamental importância que ocorra um cuidado e uma atenção especializada nesse momento. Muitos autores trazem a gravidez como uma experiência marcada pelas ansiedades e preocupações, que podem ser intensificadas quando ocorre o diagnóstico de Alto Risco, podendo acarretar em distúrbios emocionais, reforçando a fragilidade e vulnerabilidade que a mulher se encontra. As mulheres que vivenciam as gestações de alto risco apresentam diferentes sentimentos, como medo, tristeza, dúvidas, desânimo e preocupação com a própria vida e a vida do bebê. O objetivo foi compreender as percepções de maternidade das gestantes frente às situações de risco e às internações. Trata-se de um estudo qualitativo que se utilizou de entrevistas semiestruturadas com 18 gestantes internadas na Casa da Gestante de Alto Risco. A metodologia utilizada foi a Análise de Conteúdo, que buscou identificar e classificar os elementos discursivos das gestantes. O referencial teórico utilizado foi o psicanalítico. Após a análise das entrevistas e a leitura do conteúdo apresentado pelas participantes, pudemos observar que algumas temáticas são recorrentes nos discursos, assim, agrupamos em quatro categorias principais de discussão: Os sentimentos em relação à gestação e ao alto risco; As dificuldades da internação; Os recursos de Enfrentamento; A relação com a Equipe e os grupos. Em relação aos resultados, pudemos perceber a importância que os grupos exercem como dispositivos que permitem a troca e a reflexão entre elas, podendo permitir uma vivência da internação de forma compartilhada. Além disso percebemos que as principais dificuldades encontradas referem-se ás mudanças de rotina, de hábitos alimentares e o distanciamento em relação aos filhos e à família. Os recursos de enfrentamento se referem às questões de religião e ao vínculo com o bebê. A partir do que foi encontrado nos resultados, podemos pensar ações da equipe e dos serviços de saúde que contemplem um atendimento integral às gestantes de alto risco, compreender suas dificuldades, sentimentos, e percepções frente às longas internações.

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