Avaliação das propriedades das fibras capilares tratadas com alisante ácido com diferentes valores de pH
Evaluation of hair fibers properties treated with acid straightener at different pH values
Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas to obtain the academic title of Mestre. Leader: Velasco, Maria Valeria Robles
Os produtos para alisamento das fibras capilares são amplamente utilizados no Brasil principalmente, pelo público feminino. Porém, estes procedimentos podem causar danos ao cabelo do usuário e, também, para o profissional que está atuando.
Os alisantes químicos podem ser divididos em dois grupos:
alcalinos e ácidos. Os primeiros (tioglicolato de amônio e os hidróxidos de sódio ou guanidina) apresentam valor de pH elevado (superior a 9,0) e alisam por meio da quebra e reorganização das pontes de dissulfeto (S-S) presentes na queratina, proteína estrutural da fibra capilar. Os alisantes ácidos como o formaldeído, ácido glioxílico e seus associados, possuem pH baixo (≥ 2,0) e causam uma reorganização no interior da fibra e geralmente leva a formação de um filme na superfície do fio. O ácido glioxílico associado à carbocisteína e aminoácidos (nomenclatura INCI -International Nomenclature of Cosmetic Ingredient apresentada entre parênteses) (Glyoxyloyl Carbocysteine (and) Glyoxyloyl Keratin Aminoacids (and) Water) é o único ingrediente permitido ao uso como alisante ácido até o momento. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito deste alisante ácido incorporado em uma emulsão óleo e água (O/A) com valores de pH 1,0 e 2,0 (com reaplicações); e o impacto que podem causar nas propriedades mecânicas e químicas da fibra capilar, como força de ruptura, coloração, elasticidade e teor de triptofano da fibra capilar. E também o efeito da radiação ultravioleta nos fios alisados. Nos testes realizados observou-se que as mechas tratadas com a emulsão a pH 1,0 obtiveram melhor resultado de alinhamento das cutículas e capacidade alisante da fibra, com penteabilidade superior ao cabelo virgem (59,4 %), enquanto as mechas com a formulação pH 2,0 foi apenas 33,0%. Entretanto, a força de tração para a ruptura do fio foi inferior, diminuindo em 16,0% (pH 1,0) e 9,0 % (pH 2,0). Quanto a variação da coloração, a variação do tom de cor foi mais exacerbada para as mechas tratadas com a formulação em pH 1,0. O teor de triptofano foi inferior nas mechas alisadas com a formulação pH 1,0. Para o teste de DSC e Raman, ambas as mechas tratadas apresentaram modificações nas suas estruturas. As fibras alisadas e expostas à radiação UV apresentaram danos maiores nas cutículas, e certa proteção na degradação de proteínas em relação aquelas sem tratamento e irradiadas ao UV. Considerando as reaplicações do produto alisante ácido, quanto maior o número de aplicações, mais alinhadas e seladas tornaram se as fibras, mas mais rígida e suscetível à quebra ficaram. Devemos considerar a importância do valor do pH da formulação no impacto do alisamento e dano da fibra capilar
Hair straightening products are widely used in Brazil by the female public. However, these procedures can cause damage to the hair shaft and to professional´s and client´s health.