Percepção do cuidador na qualidade de vida relacionado à saúde bucal de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Mestre. Leader: Ciamponi, Ana Lídia

Os objetivos deste estudo de corte transversal, analítico e descritivo, foram: 1) Avaliar a percepção dos pais e/ou cuidadores em relação a qualidade de vida (QVRSB) relacionada à saúde e à saúde bucal de crianças e adolescentes com diagnóstico do TEA. 2) Avaliar se a condição bucal das crianças e adolescentes com diagnóstico do TEA pode interferir na QVRSB e QVRS.

Material e métodos:

Este estudo transversal contou com a participação de 74 crianças e adolescentes com TEA cadastrados no CAPE (Centro de atendimento a Pacientes Especiais) / FOUSP, entre 2017 e 2018, com idades entre 5 e 18 anos (9,81± 3,70).A Saúde bucal foi caracterizada por meio da avaliação do Índice de sangramento gengival (ISG), Índice de placa (IP), Índice de dentes cariados, perdidos e obturados ceo-d/(CPO-D), Índice de defeito de desenvolvimento do esmalte dentário (DDE), Anomalias dentárias (AD), Hábitos parafuncionais e a Escala comportamental de Venham. Para avaliação da QVRS e QVRSB foi selecionado o instrumento Peds QL® 4.0 - relato dos pais/responsáveis e PedsQL®Escala bucal - relato de crianças pais/responsáveis, uttilizamos a análise de Regressão de Poison.

Resultados:

as variáveis explanatórias que atuaram negativamente determinado uma pior QVRSB foram: aglomeração domiciliar maior ou igual à 4 pessoas, 3 ou mais filhos, presença de ceo-d/CPO-D maior que zero e e protesto generalizado durante atendimento odontológico. Maior comprometimento emocional esteve associado à renda familiar menor que 2 salários mínimos, ceo-d/CPO-D maior que dois e protesto moderado durante o atendimento odontológico. A piora na atividade escolar esteve associada ao maior número de filhos (3 ou mais filhos) e protesto generalizado durante o atendimento odontológico. Houve associação entre capacidade física e idade da criança, aglomeração familiar e protesto generalizado durante o atendimento odontológico, sendo que valores maiores dessas variáveis determinaram efeito negativo na capacidade física. Houve associação entre construto social e algumas variáveis explanatórias clínicas. Observamos que a pior interação social estava associada com maior CEOd/ CPO-D e protesto intenso durante o atendimento odontológico.

Conclusão:

De acordo com a percepção dos pais/responsáveis houve impacto negativo reduzido tanto na QVRS, como na QVRSB das crianças/adolescentes com TEA. O construto emocional e o de saúde bucal foram os mais associados às variáveis socioeconômicas e clínicas.

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