Competência Cultural no Matriciamento em Saúde Mental
Cultural Competence in Mental Health Collaborative Care
Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Doutor. Leader: Lima, Rossano Cabral
O Matriciamento ou cuidado colaborativo, adotado no Brasil e defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), permite a detecção precoce dos transtornos mentais, o tratamento e a continuidade de cuidado na comunidade. Incorporar um olhar sobre a cultura pode ser útil para lidar com os desafios suscitados nos encontros clínicos. Pretendeu-se, então, observar se e como a diversidade cultural e as configurações culturais específicas dos serviços e de suas comunidades são reconhecidas como impasses e/ou potencialidades ao planejamento terapêutico negociado entre profissionais de saúde da família e matriciadores de saúde mental. Para tanto, realizou-se pesquisa qualitativa, entrevistando-se profissionais de saúde da família e matriciadores, por meio de entrevistas episódicas, analisadas segundo referencial da Análise do Discurso. Embora os profissionais percebam os condicionantes socioculturais relacionados aos casos clínicos e às interações com usuários, comunidade e entre profissionais, a noção de competência cultural se mostrou insuficiente para uma compreensão ampliada e crítica da diversidade cultural, demonstrando a necessidade de estimular o debate em torno da dimensão sociocultural, a partir das particularidades das reformas sanitária e psiquiátrica brasileiras
The collaborative care, adopted in Brazil, and defended by the World Health Organization (WHO) allows the early detection of mental disorders, treatment and continuity of care in the community. Incorporating a culture outlook can be helpful in dealing with the challenges raised in clinical encounters. It was then sought to observe if and how cultural diversity, materialized by the specific cultural configurations of services and their communities are recognized as obstacles and / or potentialities for the therapeutic planning negotiated between family health professionals and mental health supporters. For that, a qualitative research was conducted, interviewing family health professionals and mental health supporters through episodic interviews, analyzed according to the discourse analysis framework. Although professionals observe sociocultural determinants related to clinical cases and interactions with users, community and professionals, the notion of cultural competence has proved insufficient for a broad and critical understanding of cultural diversity, demonstrating the need to stimulate the debate around of the socio-cultural dimension, considering the particularities of the Brazilian sanitary and psychiatric reforms