A localização geográ¬ca de Moçambique na zona intertropical, a jusante de bacias hidrográ¬cas partilhadas, à sua longa costa e a existência de extensas áreas com altitude abaixo do actual nível do mar in uenciam para a sua vulnerabilidade a eventos extremos de origem meteorológica tais como secas, cheias e ciclones tropicais e de origem geológica como é o caso de sismos e tsunamis de escala média1,2. Por isso, o país foi considerado como o mais afectado por fenómenos climáticos extremos em África em 2015, provocando danos estimados em 500 milhões de dólares america nos3. Embora a frequência de eventos climáticos extremos que assolam o país esteja a crescer nas últimas duas décadas, ainda é muito escassa a evidência sobre o impacto das mudanças do clima e do ambiente na ocorrência de doenças e no sistema de saúde em geral. Esta informação é crucial para o processo de formulação de políticas e plani¬cação ao nível do sector da saúde com vista a assegurar que medidas de resiliência, mitigação e prevenção sejam tomadas de modo a reduzir e aliviar o seu impacto devastador.