Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou diretrizes para o manejo da doença avançada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) dentro de uma abordagem de saúde pública. Dados recentes sugerem que mais de um terço das pessoas que iniciam a terapêutica anti-retroviral (TARV) o fazem com doença avançada por VIH, e um número crescente de pacientes reaparecem para cuidados numa fase avançada da doença por VIH após um período de desligamento dos cuidados. Estas diretrizes recomendam um pacote padronizado de cuidados para adultos, adolescentes e crianças, com base nas principais causas de morbidade e mortalidade: tuberculose, infecções bacterianas graves, meningite criptocócica, toxoplasmose e pneumonia por Pneumocystis jirovecii. Foi recomendado um pacote de intervenções específicas para reduzir a mortalidade e a morbilidade, com base nos resultados de 2 ensaios aleatorizados recentes que mostraram uma redução da mortalidade associada à entrega de um pacote de intervenção simplificado. Tendo em conta estes resultados e as recomendações existentes, a OMS recomenda que seja oferecido um pacote de cuidados às pessoas que apresentam doença avançada por VIH; dependendo da idade e da contagem de células CD4, o pacote pode incluir rastreio e profilaxia de infecções oportunistas, incluindo terapêutica preventiva com fluconazol para aqueles que são positivos para o antigénio criptocócico e sem evidência de meningite. O início rápido da TARV e intervenções intensificadas de adesão também devem ser propostas a todos os que apresentam doença avançada por VIH.