Introdução:

A COVID-19 é uma doença infecciosa de alta contagiosidade causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Devido à actual indisponibilidade de uma linha terapêutica específica cientificamente validada para o tratamento, são adoptadas medidas preventivas pontuais como forma de conter a sua propagação. Este estudo teve como objectivo explorar uma tecnologia rápida e custo-eficaz de obtenção de álcool etílico para uso como desinfectante, usando bagaço de malte da cevada e aguardente de cajú.

Métodos:

obagaço foi adquirido nas Cervejas de Moçambique-Nampula, o açúcar, fermento seco de leveduras (Saccharomyces cerevisiae) e aguardente foram obtidos no mercado local. Prepararam-se seis amostras em triplicata no laboratório de Química e Biologia da Universidade Rovuma. Foi feita fermentação das amostras contendo o bagaço durante quatro dias, seguida da filtragem e posterior destilação e redestilação do álcool obtido; nas amostras de aguardente caseira foi apenas efectuada redestilação. Posteriormente, analisou-se a percentagem (% v/v) do álcool etílico no laboratório da fábrica Cervejas de Moçambique em Nampula.

Resultados:

os resultados dos ensaios mostraram que a amostra de aguardente caseira produz maior teor de álcool etílico (83,34%) valor dentro do intervalo recomendado pela OMS (75% a 85% de etanol). Seguiram-se no teor de álcool as amostras compostas por bagaço, água, açúcar e fermento (72,64%); bagaço, água e açúcar (67,62%) e bagaço, água, açúcar, fermento e zinco (67,48%) ligeiramente abaixo da recomendação da OMS.

Conclusões:

utilizando o método descrito foi possível obter o álcool etílico com concentração óptima para desinfecção. Este resultado tem implicações no potencial aumento de disponibilidade de desinfectante para combate a COVID-19.