Prevalência e Factores de Risco Associados ao Síndrome Metabólico em Jovens e Adultos na Cidade de Maputo, Moçambique
Prevalence and Risk Factors Associated with Metabolic Syndrome in Young People and Adults in Maputo City, Mozambique

Rev. moçamb. ciênc. saúde; 10 (1), 2024
Publication year: 2024

Introdução:

As doenças crónicas não transmissíveis (DNTs) são responsáveis por quase três quartos de todas as mortes no mundo. A prevalência de DNTs e seus factores de risco metabólicos e comportamentais estão a aumentar rapidamente nas áreas urbanas africanas. Identificar os factores de risco comportamentais e metabólicos para DNTs na capital moçambicana e seus determinantes sociais associados pode orientar as políticas de saúde para a preven ção e controlo de DNTs.

Métodos:

Indivíduos com idade entre 15 e 64 anos, inscritos no Sistema de Vigilância Sa nitária e Demográfica (HDSS) na Cidade de Maputo, realizaram procedimentos baseados na abordagem STEPwise, que incluíam medições físicas (peso, altura, circunferência abdominal e pressão arterial). Amostras de sangue capilar foram colhidas para medir a glicose e o perfil lipídico. A actividade física foi medida com pedómetros.

Resultados e discussão:

Ao todo, 963 indivíduos de 367 agregados familiares consentiram em participar do estudo. O percentual de sedentários foi de 20,8% enquanto o percentual de inactivos foi de 64,8%. A prevalência de sobrepeso (IMC ≥25 kg/m²) e obesidade (IMC≥30 kg/m²) foi de 30,9% (IC 95%: 28,0, 33,9) e 12,6% (IC 95%: 10,4, 14,7), respectivamente. A prevalência geral de síndrome metabólico (SM) foi de 5,6% (IC95%: 4,1, 7,1). Em geral, as mulheres foram mais sedentárias e inactivas e apresentaram prevalência significativamente maior de sobrepeso, obesidade e SM em com paração aos homens. Determinantes sociais como riqueza, educação e ocupação não foram associados a factores de risco comportamentais e metabólicos medidos para DNTs.

Conclusão:

Os factores metabólicos para as DNTs são altamente prevalentes nesta área periurbana da capital moçambicana, onde também estão presentes o baixo peso e as doenças infecciosas, o que confirma que o país enfrenta uma dupla carga de doenças.

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