Rev. moçamb. ciênc. saúde; 10 (1), 2024
Publication year: 2024
Introdução:
A infecção pelo HIV e a mortalidade por SIDA tem afectado principalmente o segmento jovem, em
especial as adolescentes e jovens. Este segmento é o mais produtivo da população nos últimos anos. A prática
do sexo transacional, aliado ao fraco poder de negociação do uso do preservativo nas relações sexuais estão a
ajudar a alimentar a propagação do HIV, levando a cada vez mais infecções de HIV despercebidas e surgimento
de gravidezes indesejadas. As raparigas e adolescentes e mulheres jovens que se envolvem na prática de sexo
transacional e transgeracional, estão em desvantagem na negociação do uso do preservativo em relação aos sugar, por dependerem dos recursos destes. Este comportamento tem implicações para o risco de contracção de
ITS e HIV. Objectivo:
A presente revisão da literatura tem como objectivo analisar os relacionamentos de “Sugar
Daddies e Marandzas” e o risco do HIV, como também, compreender os factores associados à sua prática.
Métodos:
A revisão adoptou métodos sistemáticos para atingir seus objetivos. A busca por dados foi realizada em
bases como PubMed, Google Scholar, Medline, JSTOR, Embase, The Cochrane Library e PsycINFO, resultando na
selecção criteriosa de estudos de revisão, pesquisas longitudinais e transversais, através de termos de pesquisa
pré-definidos. Resultados:
A revisão da literatura indicou que existem factores socio-comportamentais, socio-
-culturais e socioeconómicos, em especial a pobreza, que influenciam a susceptibilidade de mulheres jovens ao
sexo transacional e ao risco de HIV, buscando sempre por novos parceiros para obterem ganhos materiais e se
notabilizarem entre os seus pares. Nas relações que envolvem assimetrias de idade e económicas, como as de
sugar daddies e marandzas, o uso de preservativo é baixo, o que constitui um risco para a propagação do HIV.
Conclusão:
As intervenções e as respostas políticas às relações sexuais dos adolescentes e jovens com os sugar
daddies precisam ser baseadas na compreensão do problema, e encontrar maneiras de se envolver com as comunidades e tentar encorajar os homens a se verem como “promotores e apoiadores das mulheres”.