Directriz nacional de apoio psicossocial e prevenção positiva
Publication year: 2015
A epidemia do HIV/SIDA em Moçambique tem apresentado desde o seu início
grandes desafios ao País, bem como à Comunidade Internacional que nos apoia,
seja nos aspectos de prevalência e dificuldade no controlo de novas infecções,
seja pelos diferentes constrangimentos de garantir acesso universal aos cuidados
e tratamento do HIV, em virtude das limitações de recursos disponíveis para
uma resposta adequada à propagação da doença e extensiva a todos os que dela
necessitam.
As limitações na resposta à epidemia são diversas e vão além dos cuidados clínicos.
Ainda se observa um reduzido número de profissionais de saúde qualificados,
escassez de infra-estruturas e insuficiência de insumos necessários para atender
a demanda gerada por esta epidemia.
Os aspectos sociais, culturais e emocionais, aliados ao estigma e à discriminação,
também representam grande desafio para os profissionais e sistema de saúde,
pois as pessoas infectadas pelo HIV/SIDA podem vivenciar dificuldades afectivas,
emocionais e psíquicas, afectando muitas vezes o seu comportamento,
prejudicando o seu auto-cuidado e influenciando a relação com o serviço de
saúde.
As questões emocionais e as doenças mentais podem ser consequência da
evolução da própria doença, do tratamento, como também podem ser reflexo
das perdas que muitos vivenciam, ou ainda da dificuldade de aceitar a cronicidade
da doença e adaptar-se a novos estilos de vida, pois estar infectado significa
necessidade de mudar o comportamento e a rotina de vida. A saúde mental
das PVHIV tem de ser considerada como um ponto de atenção para a saúde,
pois se não levada em consideração pode afectar negativamente na qualidade
de vida destas, interferindo...