Perfil de Prescrição de Antibióticos em Pacientes HIV Seropositivos nas Unidades Sanitárias das Cidades de Maputo e Matola
Publication year: 2016
Theses and dissertations presented to the Universidade Eduardo Mondlane - Fac. Medicina to obtain the academic title of Mestre. Leader:
A prescrição de antibióticos representa um problema global de saúde pública, e merece uma atenção especial, principalmente quando são prescritos a pacientes HIV seropositivos que dependem inteiramente de medicamentos para obter uma vida prolongada e com qualidade.
Objectivo:
Pretendeu-se com este estudo, descrever o perfil de prescrição de antibióticos e a qualidade das prescrições em pacientes HIV seropositivos nas unidades sanitárias de cuidados primários, nas Cidades de Maputo e Matola.Métodos:
Foram avaliadas 369 prescrições de pacientes HIV seropositivos, entre os meses de Março e Setembro de 2013, num estudo observacional de carácter transversal, descritivo com abordagem quantitativa e recolha prospectiva de dados. Foi usado o teste X2 com significância de 5% para analisar a relação entre as variáveis recolhidas e a prescrição de antibióticos.Resultados:
Os antibióticos foram prescritos em 66.4% das prescrições e na sua maioria para tratamento de infecções do tracto respiratório. Para variáveis demográficas e clÃnicas não houve uma associação estatisticamente significativa com o uso de antibióticos, nomeadamente, sexo (p = 0.642), idade (p = 0.063), estadio de HIV (p = 0.445), TARV (p = 0.107) e regime de TARV (p = 0.583). A indicação clÃnica foi a única variável que teve uma associação significativa com o uso de antibióticos (p = 0.000). As classes farmacológicas de sulfonamidas e penicilinas foram as mais prescritas, sendo que as sulfonamidas para fins terapéuticos e profiláticos enquanto as penicilinas apenas para finalidade terapéutica. As sulfonamidas estiveram presentes em 37.9% e as penicilinas em 18.4% das prescrições. A associação de uma penicilina e uma sulfonamida foi a mais frequentemente usada (29.2%). Entre os pacientes que receberam antibióticos, a maioria teve também prescrição de analgésicos antipiréticos (35.8%), anti-inflamatórios e antirreumatismais (16.1%) e vitaminas (12.5%). Em média, cada prescrição continha 2.4 medicamentos e 0.9 antibióticos. Cerca de 99.5% das prescrições tinham denominação genérica e 99.1% dos medicamentos constavam no FNM. Todas receitas (100%) apresentaram letra legÃvel, identificação do paciente e do prescritor, indicação da dose, instruções de toma e a data da prescrição.Conclusões:
Houve maior consumo de antibióticos nos pacientes HIV seropositivos, pois em cada 10 pacientes, cerca de 6 a 7 receberam prescrição de antibiótico. As sulfonamidas e as penicilinas foram os antibióticos prescritos com maior frequência e as doenças respiratórias as indicações mais prevalentes neste grupo de pacientes. Contudo, os resultados mostram que os clÃnicos avaliados preocupam-se com as normas de prescrição de medicamentos
The prescription of antibiotics is a global public health issue and deserves special attention, especially when they are prescribed to HIV seropositive patients who depend entirely on drugs for a long and quality of life.