Incidência de falência terapêutica aos regimes de tratamento antirretroviral (tarv) de primeira escolha em crianças menores de 15 anos em moçambique, ano de 2019
Publication year: 2021
Moçambique tem uma das maiores epidemias de HIV em crianças no continente africano. Estimava-se que 150 mil crianças entre 0 a 14 anos viviam com HIV em 20191 . Embora o acesso ao Tratamento Antirretroviral (TARV) ainda constitua um desafio, com apenas 63% das crianças vivendo com HIV em TARV em 2019, o número de crianças em TARV aumentou quase 5 vezes nos últimos 10 anos. Este aumento deveu-se, em parte, a implementação da estratégia Testar e Iniciar, iniciada em 20162 . A implementação desta estratégia foi acompanhada pela expansão da capacidade laboratorial de testagem de Carga Viral (CV) em todo o país, com objectivo de um melhor monitoramento do TARV e diagnóstico precoce de Falência Terapêutica (FT) em pacientes em TARV. Até 2016, a suspeita e identificação de FT em Moçambique foi baseada, principalmente, em critérios clínicos e imunológicos pelo provedor de saúde, com baixa sensibilidade e especificidade quando comparado ao teste de CV capaz de detectar falência virológica, principalmente em crianças3,4. Actualmente, o Ministério da Saúde (MISAU) recomenda dois testes de CV separados por três a seis meses, intercalados por sessões de aconselhamento de adesão, avaliação clínica e imunológica.