Prevalência do aleitamento materno exclusivo e factores associados em moçambique: uma análise do inquérito nacional de saúde de 2015 (imasida)
Prevalence of exclusive breastfeeding and associated associated factors in mozambique: an analysis of the national health survey of 2015 (imasida)

Publication year: 2020
Theses and dissertations presented to the Universidade nova de lisboa. Instituto de higiene e medicina tropical to obtain the academic title of Mestre. Leader: Martins, Maria do Rosário Oliveira

Introdução:

O aleitamento materno exclusivo é benéfico para a saúde da criança e da mãe. O AME reduz o risco de contracção de doenças infantis como diarreia, pneumonia e outras, causas principais de morbi-mortalidade infantil nos países de baixa renda. A mulher em prática do AME não somente estabelece uma ligação afectiva, íntima, ímpar e saudável com o filho, como fica protegida de uma gravidez precoce, para além de comprovado benefício na redução de risco do cancro de órgãos do eixo reprodutivo como o da mama e dos ovários. A organização Mundial da Saúde, recomenda que se alcance uma prevalência de 50% de AME até 2025. A nível global, somente 38% das crianças menores de seis meses estariam em AME. Em Moçambique embora a proporção tende a melhorar nas últimas décadas, a mais recente estimativa de prevalência de AME é de 43%. Há uma necessidade contínua de identificar e rever os factores associados a prática de AME.

Objectivos:

Estimar a prevalência de aleitamento materno exclusivo e os factores sociais e demográficos associados.

Metodologia:

O presente estudo é de carácter quantitativo e utilizou dados secundários do Inquérito de indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA (IMASIDA, 2015). O estudo incluiu dados referentes a crianças dos 0 a 6 meses de idade, nascidos de mães dos 15 a 49 anos de idade, em todo o país. Foram usadas estatísticas descritivas para caracterizar o perfil sociodemográfico das mulheres e a regressão logística para analisar a associação entre a probabilidade de aleitamento materno exclusivo e possíveis fatores. Estimaram-me os odds ratio brutos e ajustados e respetivos intervalos de confiança a 95%. Usou-se um nível de significância de 5%.

Resultados:

O estudo indicou que a prevalência do AME de crianças de 0 a 6 meses foi de 47,1%. Os factores associados ao AME foram a Idade da mãe e da criança, participação da mãe nas decisões domésticas e a utilização da consulta pré-natal.

Conclusões e implicações para políticas:

a prevalência de AME, pese embora incrementada em comparação com estimativas prévias, mantém-se a níveis insatisfatórios e ainda distantes das metas das políticas de saúde adoptadas para alimentação infantil. Os pré-concebidos factores determinantes do não AME não foram demonstrados ter associação com a prática de Ame com excepção de idade da criança e da mãe. A investigação de dinâmicas e factores na base da determinação Fátima Mecupa 9 de AME é urgente e crucial e esta deverá constar de uma agenda de pesquisa sobre alimentação infantil em Moçambique.

Introduction:

Exclusive breastfeeding (EBF) is beneficial mother and child health. Breast milk is thereby a protective factor for the health of the child, reducing the risk of contracting childhood diseases such as diarrhea and pneumonia, both leading causes of child morbidity and mortality in low-income countries. Not only does a mother practicing EBF to her child establish an intimate, unique and healthy affective bond with the child, but she is protected from early pregnancy, as well as EBF has also been proved to benefit mothers in reducing the risk of cancers of reproductive organs such as the breast and ovaries. Globally, only 38% of children under six months are EBF. The World Health Organization recommends achieving at least 50% prevalence of EBF by 2025. In Mozambique, although the proportion of EBF tends to improve, the latest estimate of EBF prevalence is 43%. Promotion and education about EBF is done at the primary health care level in both health centers and the community health subsystem. There still is a permanent need to identify and review factors associated with the practice of EBF.

Objective:

To estimate the prevalence of exclusive breastfeeding and associated social and demographic factors.

Methods:

this is a quantitative study that used secondary data from the Immunization, Malaria and HIV / AIDS Indicators Survey (IMASIDA, 2015). The specific analysis on EBF included data for children aged 0 to 6 months, born to mothers aged 15 to 49, countrywide. Descriptive statistics were used to characterize women’s sociodemographic profile and logistic regression to analyse the association between the probability of exclusive breastfeeding and possible factors. The gross and adjusted odds ratios and their respective 95% confidence intervals were estimated. A significance level of 5% was used.

Results:

the prevalence of EBF among children aged 0 to 6 months was 47.1%. Factors associated with EBF were the age of mother and child, mother's participation in domestic decisions and the use of prenatal consultation.

Conclusion:

The prevalence of EBF, although increased compared to previous estimates, remains at unsatisfactory levels and still far from the health policy goals adopted for infant feeding. Conceptualized determinants of non-EBF have not been shown to be explaining EBF in Mozambique except for the age of the child and mother. Research into the dynamics and factors underlying EBF is urgent and crucial and should be part of a research agenda on infant feeding in Mozambique.

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