Em Janeiro de 2017, Moçambique lançou o Sistema de Vigilância de Eventos Vitais e Causas de Morte (COMSA) para estabelecer um sistema nacional de amostragem para registo de eventos vitais para monitorar a ocorrência de mortalidade e causas de morte a nível nacional e subnacional, incluindo o uso de autópsia verbal (VA) para determinar as causas da morte. O objectivo do sistema é a longo prazo melhorar a eficácia dos programas de saúde em Moçambique, fornecendo evidências ao nível nacional e subnacional sobre tendências recentes de mortalidade por idade, e taxas de mortalidade por causas específicas, provendo assim informações relevantes para a tomada de decisões sobre programas de saúde e alocação de recursos. Além disso, um factor motivador e fundamental para o COMSA foi a oportunidade de vincular-se ao sistema de Vigilância em Saúde e Prevenção da Mortalidade Infantil (CHAMPS) para ter acesso às informações sobre a causa da morte geradas por meio de testes patológicos de amostras minimamente invasivas (MITS) de crianças com menos de cinco anos de idade, usando as informações dos parceiros do MITS-VA para melhorar a identificação das causas de morte a nível nacional e subnacional com base a VA. O COMSA foi financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates (BMGF), através do Instituto de Programas Internacionais da Escola de Saúde Pública de Johns Hopkins Bloomberg (IIP/ JHU) dos EUA, e implementado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Uma característica fundamental dos dados de mortalidade apresentados neste relatório é que a frequência das mortes varia ao longo do ano, tornando impreciso reportar as taxas de mortalidade por períodos inferiores a doze meses, dado aos efeitos da sazonalidade. Para garantir a comparabilidade ao longo do tempo, é essencial medir a mortalidade por períodos consecutivos de doze meses. Assim, este relatório apresenta dados de mortalidade e causas de morte colectados nos anos de 2019 e 2020.