Estimativas de mortalidade adulta em Moçambique, 1987 a 2007
adult mortality estimates in Mozambique, 1987-2007
Publication year: 2013
Theses and dissertations presented to the Universidade Federal de Minas Gerais to obtain the academic title of Doutor. Leader: Queiroz, Bernard Lanza
As estimativas adequadas de mortalidade são importantes para entender a
dinâmica demográfica, compreender as mudanças de saúde de uma população e
melhorar o planejamento dos países. Entretanto, em diversos países em
desenvolvimento, como é o caso de Moçambique, a baixa qualidade ou a
inexistência de informações sobre óbitos impossibilita a produção de estimativas
de mortalidade. Este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade dos dados de
população e de mortalidade e produzir estimativas de mortalidade adulta em
Moçambique e suas regiões, nos períodos entre 1987 e 1997 e entre 1997 e
2007. O trabalho combina diferentes métodos de demografia formal, conhecidos
como Métodos de Distribuição de Mortes, com informações sobre óbitos ocorridos
nos domicílios nos últimos doze meses para realizar o estudo. A aplicação e
avaliação de diferentes metodologias têm como objetivo obter medidas mais
robustas de mortalidade adulta e avaliar a sensitividade dos métodos a países
com dados limitados.
Os resultados indicam que tanto no país quanto nas três regiões a qualidade das
informações de óbitos derivadas dos censos demográficos é baixa, mas
apresentou significativa melhora no intervalo intercensitário. Dentre as regiões, a
melhor cobertura de óbitos foi verificada na Região Norte, com uma média de
0,816; e a menor cobertura ocorreu na Região Centro do país, com 0,490. As
estimativas de mortalidade adulta, resumidas na probabilidade de morte entre 15
e 60 anos, indicam tanto para o país como regiões níveis mais elevados do que
nos países vizinhos. A probabilidade de morte em 2007 era de 0,593 em
Moçambique compara com uma média de 0,239 dos países vizinhos.
Mortality estimates are important for understanding population dynamics, changing
health status of a population and improve the planning of the country. However, in
many developing countries, as is the case of Mozambique, the poor quality or lack
of information on deaths precludes the production of mortality estimates. This
study aims to evaluate the quality of population and mortality data and produce
estimates of adult mortality in Mozambique and its regions, in periods between
1987 and 1997 and 1997 and 2007. This doctoral dissertation combines different
methods of formal demography, known as Distribution Methods Deaths, with
information on deaths in the household in the last twelve months to carry out the
study. The application of different methodologies aims to obtain more robust
measures of adult mortality and assess the sensitivity of the methods to countries
with limited data. The results indicate that both in the country and the three regions
the quality of information of deaths derived from censuses is of low quality, but has
improved significantly in the intercensal period. Among regions, the best coverage
of deaths was recorded in the Northern Region (0,816) and the lowest in the
Central Region of the country (0,490). Estimates of adult mortality, summarized in
the probability of dying between 15 and 60, indicate that both the country and
regions have higher adult mortality than neighboring countries. The probability of
death in 2007 was 0.593 in Mozambique compares with an average of 0.239
neighboring countries