Rev. moçamb. ciênc. saúde; 7 (1), 2021
Ano de publicação: 2021
Introdução:
Nos países africanos, a capacidade financeira de aquisição de testes, representada pelo produto interno bruto (PIB) per capita pode-se reflectir na aquisição e num consequente aumento de registo de casos positivos, criando uma falsa impressão de que quanto mais rico o país maior a frequência de casos de COVID-19. Pretende-se através deste estudo correlacionar o PIB per capita, o número de testes e de casos confirmados de COVID-19 em 13 países africanos. Métodos:
Estudo Transversal, quantitativo e de correlação. Com dados secundários referentes a África do Sul, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Etiópia, Marrocos, Moçambique, Nigéria, Ruanda, Senegal, Togo, Tunísia e Zimbabué. Feito a uma população de 622.132.603 habitantes, correspondentes à combinação da população dos países abrangidos. Os dados do presente estudo (PIB per capita, número de testes e casos confirmados de COVID-19 a 19 de Julho de 2020) foram obtidos da base de dados Data on COVID-19 (coronavirus) (plataforma GitHub). As análises estatísticas foram realizadas no Microsoft Excel 2016 ™, IBM SPSS 21 ™ e JASP 0.13.0.0. Estas incluíram testes Kolmogorov-Smirnov de cada variável (a = 0,05), comparações dos seus valores entre os países e uma matriz de correlações de Pearson. Resultados:
O PIB per capita, número de testes e de casos confirmados de COVID-19 apresentaram correlações de Pearson significativas, aceitáveis e positivas (p < 0,05 e r > 0,5), isto é, a capacidade de compra de testes do país parece afectar a sua aquisição e o registo de casos. Há um ciclo de retroalimentação positiva entre as quantidades de testes e o número de casos confirmados e o PIB per capita revela que o poder financeiro do país funciona como catalisador deste fenómeno. Como consequência deste cenário, os países com maior número de testes também apresentaram maior número de casos confirmados. Conclusões:
As evidências observadas nos 13 países em estudo sugerem que em África o poder económico determina o volume de testagem e este por sua vez pode estar a afectar o padrão de diferenças entre os números de casos confirmados entre as nações.
Introduction:
In African countries, the financial capacity to acquire tests, represented by the gross domestic product (GDP) per capita, can be reflected in the acquisition and in a consequent increase in the registration of positive cases, creating a false impression that the richer the country, the greater the frequency of COVID-19 cases. This study intends to analyse the relationship between GDP per capita, number of tests and confirmed cases of COVID-19 in 13 African countries. Methods:
Cross-sectional, quantitative, and correlational. Secondary data related to South Africa, Ivory Coast, Ghana, Kenya, Ethiopia, Morocco, Mozambique, Nigeria, Rwanda, Senegal, Togo, Tunisia, and Zimbabwe. To a population of 622.132.603 inhabitants, corresponding to the combined population of all countries included in this study. Data (GDP per capita, number of tests and confirmed cases of COVID-19 on 19 July 2020) were obtained on the database Data on COVID-19 (coronavirus) (GitHub platform). Statistical analyses were performed on Microsoft Excel 2016 ™, IBM SPSS 21 ™ and JASP 0.13.0.0. The variables were subjected to Kolmogorov-Smirnov test (a = 0.05), comparisons of their values considering the countries and a Pearson’s correlation matrix. Results:
GDP per capita, the number of tests and confirmed cases of COVID-19 presented significant, acceptable, and positive Pearson’s correlations (p < 0,05 e r > 0,5), i.e., the countries’ capacities to purchase tests seem to affect their acquisition and the record of cases. There is a cycle of positive feedback between the quantity of tests and number of cases and the GDP per capita reveals that the purchase power works as a catalyst of such phenomenon. As consequence, countries with the highest number of tests also present the highest numbers 20 Revista Moçambicana de Ciências de Saúde, vol.7, no 1, 2021 | ISSN 2311-3308 of confirmed cases. Conclusions:
The evidence from these 13 countries suggests that, in Africa, the economic power determines the volume of testing and such fact might be affecting the differences between the numbers of confirmed cases in these nations.